ARTE, CULTURA & LAZER DOS ARQUIVOS DE ASAS

Há 25 anos o mundo se despedia do ás dos ases

Bf109 semelhante ao utilizado pelo ás

Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho, ganhou fama por ter abatido 80 aeronaves inimigas. Mas o título de “ás dos ases” é de Erich Alfred Hartmann, com nada menos que 352 vitórias. Em 20 de setembro de 1993, o piloto admirado até pelos seus adversários faleceu deixando como legado lições de combate aéreo seguidas até hoje.

Ao todo, Hartmann cumpriu 1.404 missões de combate, tendo entrado em combate aéreo 825 vezes, sempre no front do leste. Por isso, das suas 352 vítimas, 345 eram soviéticas e apenas 7 norte-americanas, incluindo dois P-51 Mustang confirmados.

Hartmann tinha apenas 20 anos de idade quando entrou em combate pela primeira vez, em 14 de outubro de 1942. A primeira vitória viria menos de um mês depois, em 5 de novembro: uma aeronave de ataque Ilyushin Il-2.

Ainda durante o conflito seu nome começou a se tornar famoso. E com razão: em um único dia, 24 de agosto de 1944, entre 13h15 e 16h20 o ás alemão abateu nada menos que onze caças soviéticos. Nunca foi abatido, mas precisou fazer 14 pousos forçados após sofrer danos na aeronave. Em uma dessas, foi preso por soviéticos, mas conseguiu fugir quando o comboio que o transportava sofreu um ataque aéreo.

Aviador dedicado, Hartmann se tornou piloto da Alemanha Ocidental e treinou até nos EUA

Ele se manteria em combate até o último dia da guerra: já em 8 de maio de 1945, então como comandante do Jagdgeschwader 52, Hartmann abateu um caça Yak-9 que fazia acrobacias para celebrar o fim iminente da guerra. Ao pousar, soube da rendição: queimou aeronaves, combustível e munições.

Naquele dia, aos 23 anos, Hartmann havia sido promovido a Major. A promoção a Oberstleutnant (Tenente-Coronel) ocorreria só em 12 de dezembro de 1960. Antes disso, passaria pelas dificuldades de ter sido derrotado na guerra.

Ele preferiu se render ao Exército dos Estados Unidos, porém, por força do acordo de Yalta, os americanos o entregaram para a URSS. Hartmann não pode ser considerado um nazista: tinha apenas 11 anos quando Hitler subiu ao poder e, focado na guerra desde os 20, nem teria como participar das atividades políticas. Mesmo assim, ficaria na prisão até 1955.

Os soviéticos, logo após notarem a ausência de ideologia fascistas, tentaram cooptá-lo como espião entre os prisioneiros. Após negativas, tentaram saber se o piloto tinha alguma informação sobre os então avançados projetos de engenharia da Alemanha, como o caça a jato Me-262.  Sem colaborar, passou por torturas, foi privado de alimentação, sofreu ameaças de morte, ouviu relatos falsos sobre o assassinato de sua esposa e, por fim, recusou à oferta de um posto na Força Aérea da Alemanha Oriental. Nunca chegou a conhecer seu filho, Erich-Peter, que nasceu em 1945 e faleceu três anos depois.

Após a liberdade, em 1957, finalmente, voltou à ativa, mas na Força Aérea da Alemanha Ocidental. Voou caças Sabre e F-104 Starfighter, além de ter participado de treinamentos nos Estados Unidos. Em 1970, aos 48 anos, foi prematuramente afastado do serviço ativo, sobretudo por conta de suas discordâncias do comando da Luftwaffe. A principal delas era sobre a aquisição dos caças Starfighter, da qual se opôs fortemente. O F-104 acabou conhecido como “Widow Make” (fazedor de viúvas”) na Alemanha, com um histórico de 282 acidentes e 115 mortes.

F-104 Starfighter: o caça que acabou afastando o ás da vida militar

Finalmente na vida civil, o às se tornou instrutor de voo e piloto acrobático. Problemas cardíacos o afastaram do voo em 1980, para uma vida tranquila ao lado da família. Finalmente, o pousou em 20 de setembro de 1993, na cidade de Weil im Schönbuch, onde foi sepultado.

Para conhecer a trajetória de outro às da Segunda Guerra Mundial, a Editora Rota Cultural recomenda a leitura do livro “O Grande Circo”, de autoria do franco-brasileiro Pierre Clostermann. A obra está em promoção! Aproveite e adquira o seu exemplar! Clique aqui para conferir

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