AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Brasil pode produzir até 9 bilhões de litros de combustível sustentável de aviação

Foto: Gazprom

Conhecer e prospectar o potencial de produção de bioquerosene de aviação (BioQAV) no Brasil para o desenvolvimento sustentável do setor. Essa foi a pauta da visita técnica realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Ministério da Infraestrutura (Minfra) na usina de biodiesel da Granol, em Anápolis (GO), em 30 de julho. O uso do BioQAV ou SAF (tradução em inglês) é apontado como uma alternativa para reduzir as emissões do transporte aéreo e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

Segundo levantamento da RBS (Roundtable on Sustainable Biomaterials), o Brasil tem potencial para produzir até 9 bilhões de litros de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês). Entretanto, é uma indústria que ainda depende de políticas públicas e investimentos para se estabelecer no Brasil.

Atualmente, o querosene de aviação representa mais de 28% dos custos das companhias aéreas brasileiras. Segundo o Ministério da Infraestrutura, como não é produzido em larga escala e nem de forma contínua, o bio QAV (querosene) não é uma alternativa viável. Porém, entre as suas vantagens está a redução dos custos do setor, a diminuição das emissões de CO2, por meio do desenvolvimento e produção do bioquerosene renovável e a adoção dos padrões internacionais de qualidade.

“Combustível não basta ser renovável, tem que ser sustentável. O Brasil possui matéria-prima e consegue produzir, mas esbarra na viabilidade econômica, no custo, na falta de investimento e políticas públicas”, ressaltou a pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba, Nataly Albuquerque, durante a visita à usina. A pesquisadora destacou ainda que os estudos de biocombustíveis da UFPB são feitos em parceria com a Universidade Carolina do Norte, referência em tecnologia ligada aos hidrocarbonetos renováveis ou diesel verde.

“Temos a necessidade, como sociedade, de atuarmos responsavelmente na questão ambiental. Dominamos a tecnologia de produção de biocombustíveis em larga escala e possuímos biomassa disponível. Há um grande potencial para uma política setorial no país que viabilize a produção de bioquerosene de aviação (BioQAV) no Brasil, gerando novos empregos e trazendo benefícios econômicos, ambientais e sociais”, afirma o diretor da ANAC, Rogério Benevides de Carvalho. A promoção do desenvolvimento sustentável na aviação é objetivo estratégico da ANAC, em consonância com o CORSIA – o Esquema de Compensação e Redução de Carbono de Aviação Internacional, implementado no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Muitos países na Europa já possuem produção e biocombustíveis como Alemanha, França e Espanha, além do Canadá, Índia, China, Indonésia e os Estados Unidos, maior produtor de biocombustível do mundo.

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“A gente sabe da importância da agenda sustentável para atrair investimentos internacionais para o Brasil. Então, trata-se de um esforço que o Governo Federal tem travado junto ao setor privado para que possamos continuar avançando nessa pauta. Nosso objetivo constante é aliar sustentabilidade e eficiência”, disse o secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.

A usina visitada nesta sexta é a segunda no ranking de capacidade e quarta em produção de biocombustível no país, de acordo com dados de janeiro a junho de 2021. A empresa é precursora na produção de biodiesel no Brasil, tendo participado initerruptamente desde o 1º leilão organizado pela Agência Nacional do Petróleo (Anp) em 2005.

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