AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Compra de S-400 pela Turquia pode ameaçar OTAN

A Rússia e a Turquia assinaram acordo de crédito para compra do sistema de mísseis para defesa aérea russo S-400 no valor de US$2,5 bilhões. As negociações vinham há vários meses, e enfrentavam forte pressão contrário do governo estadunidense, assim como de alguns países europeus, membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar controlada pelos EUA). O acordo foi assinado em Ankara na sexta (29/12), segundo fontes locais.

A primeira entrega, de duas baterias de mísseis, deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2020, segundo informações da Subsecretaria para a Indústria de Defesa. Em informações do Ministro da Defesa Turco, Nurettin Canikli, os detalhes do acordo ainda estão sendo discutidos, contudo, a Turquia deve arcar com 45% do valor antecipadamente e os restantes 55%, de acordo com Sergey Chemezov, chefe da estatal russa Rostec Corporation, serão cobertos por empréstimos russos.

O sistema antiaéreo S-400 é programado para abater aeronaves a um alcance de mais de 400 km e mísseis em trajetória balística a mais de 60 km de distância, sendo considerado por muitos especialistas como o mais letal e eficaz de sua categoria. Podendo usar ao menos quatro tipos diferentes de mísseis interceptores para diferentes tipos de alvo, um destacamento de S-400 pode engajar até 36 alvos ao mesmo tempo. Essas características, por exemplo, colocam o S-400 na dianteira quando comparado com o sistema americano Patriot que suporta apenas um tipo de míssil interceptor com um alcance de 96 km, o que com certeza é um game changer no oriente médio.

A Turquia tem priorizado sistemas de mísseis de defesa aérea russos aos oferecidos por seus parceiros da OTAN. Apesar de vários membros da OTAN, como Bulgária e Grécia, operem sistemas terra-ar de longo alcance russos (como o S-300), o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Joseph Dunford, disse que a Turquia comprando S-400 seria uma questão de preocupação para Washington.

A OTAN alega que os sistemas em questão são incompatíveis com os sistemas de defesa do bloco enquanto o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, rebateu a crítica dizendo que Ankara não dependerá da proteção dos aliados da OTAN. “Nós cuidamos de nós mesmos”, arrematou.

Em setembro, Washington voltou atrás em um acordo de armas no valor de US $1,2 milhão para a guarda de segurança de Erdogan. O líder turco acusou os EUA de armar terroristas, referindo-se à entrega de armas pelos EUA às milícias curdas na Síria que Ankara vê como terroristas.

Washington prometeu deixar de fornecer armas para as milícias no início de dezembro.

 

 

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