ESPAÇO

Empresa brasileira aposta no mercado de cubeSats

Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites (Serpens), programa da AEB em parceria com a UnB

A Orbital venceu, pela primeira vez, uma licitação internacional para desenvolver painéis solares para um CubeSat europeu. A empresa de São José dos Campos (SP) é líder no desenvolvimento de painéis solares para satélites e cubeSats.

A atuação da empresa no mercado brasileiro teve início em 2001, ano de sua fundação, por meio da Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto, segundo o presidente da Orbital, Célio Vaz, permitiu à empresa a desenvolver tecnologia própria de fabricação de painéis solares de satélites, e ser qualificada no Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde Célio trabalhou durante 20 anos.

Graças à experiência adquirida no mercado brasileiro com o desenvolvimento de painéis solares para satélites, fomentados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), com a construção do Satélite de Coleta de Dados (SCD), dos Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS 2B, CBERS 4 e o Serpens), a Orbital iniciou seu primeiro trabalho na área internacional.

CubeSats

“Fomos uma das primeiras empresas a perceber essa tendência da miniaturização dos satélites, isso entre 2007 e 2008. Na época, a Orbital executou um projeto com a Fapesp para desenvolver um satélite de pequeno porte, que substituiria o Satélite de Coleta de Dados (SCD), ou seja, um estudo de concepção que resultou em um satélite de 25 kg ao invés de 150 kg, e com esses trabalhos sempre procuramos acompanhar a onda de cubeSats”, afirmou Célio.

A Orbital também foi responsável pelos painéis solares do Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites (Serpens), programa da AEB em parceria com a UnB e com um consórcio de universidades. Lançado em setembro de 2015, a partir da Estação Espacial Internacional (ISS), o nanossatélite Serpens já cumpriu sua missão, mas foi um trabalho de forte interação entre a indústria e a academia, no qual a Orbital orientou os pesquisadores da AEB e da UnB a projetarem os painéis solares, cabendo a ela a fabricação.

A tentativa de a Orbital entrar no mercado internacional vem de longa data. Segundo Vaz, a empresa possui tecnologia para fabricar geradores solares tão bons, quanto de qualquer país do mundo, mas o único impedimento é a barreira na questão de histórico de voo. “Todo cliente quando vai contratar esse tipo de serviço quer saber o que a empresa já fez, quantas horas o seu equipamento voou, e se foi bem-sucedido em missões espaciais”, ressaltou.

Histórico de voo

Para criar esse histórico, o governo, como principal cliente, precisa dar condições, pois sem essas, nenhuma empresa consegue ser inserida no mercado global, ainda que tenha a melhor tecnologia. “Nós conseguimos quebrar essa barreira quando viabilizamos os satélites CBERS-2B, CBERS-4 e o Serpens, projetos que nos deram mais de 50 mil horas de voo, número considerado alto quando se trata de cubeSats, ingrediente que permitiu a inserção da Orbital no mercado internacional”, afrmou.

Com o lançamento dos satélites CBERS-4A e do Amazonia, previstos para 2019 e 2020, respectivamente, a Orbital atinge o nível aceitável para missões maiores. “Se o governo não investir no desenvolvimento e lançamento de satélites, não teremos indústria nacional no mercado global. Esse fator é o passaporte para as empresas entrarem no mercado internacional”, concluiu Célio Vaz.

Tecnologias aeroespaciais desenvolvidas pela indústria nacional vêm se tornando cada vez mais competitivas no mercado internacional, em decorrência de políticas públicas implementadas pelo governo brasileiro. Os resultados dessa inserção confirmam as diretrizes estratégicas estabelecidas pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) de consolidar a indústria espacial brasileira, aumentar a competitividade e elevar a capacidade de inovação.

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