AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Nova tecnologia permite o uso de aeronaves pesadas no gelo

Foto: Ministério da Defesa da Rússia

Nova tecnologia desenvolvida na Rússia vai permitir que placas de gelo se transformem em pistas de pouso. O projeto se chama “Ploschadka” (Lugar) e se destina aos territórios continentais do Ártico. Até aeronaves pesadas como os cargueiros militares Ilyushin Il-76, que têm peso vazio de 92 toneladas, poderão ser utilizadas. Mais leves, aviões de caça também não encontrarão limitações.

“O projeto envolve a criação de aeródromos de gelo pré-fabricados. Isso é possível modificando a cobertura de gelo por meio de produtos químicos especiais que permitem que as aeronaves pousem na faixa de gelo preparada”, disse vice-reitor de Economia e Inovação da Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou. O anúncio aconteceu na Army-2020, fórum militar realizado na capital russa no fim de agosto.

A resistência da pista de gelo e a presença de rachaduras serão verificadas por sensores de fibra ótica dispostos ao longo de sua espessura. Em caso de degelo, a manutenção da pista será feita por congelamento ou adição de reagentes. Presume-se que os controladores dos aeródromos serão capazes de trabalhar remotamente. “Agora estamos trabalhando em outras tecnologias para confirmar que nossas abordagens estão corretas”, disse Storojuk.

O Ártico é atualmente um dos cenários de maior tensão entre as potências Ocidentais e a Rússia. Em junho passado, o ex-comandante da Marinha dos Estados Unidos na Europa e na África, almirante James Foggo, criticou a expansão da influência russa no Ártico, inclusive por meio da implantação de bases militares com complexos S-400. Em reposta, o embaixador geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Nikolai Kortchunov chamou a implantação dos sistemas S-400 de um “passo lógico”.

A Rússia criou o Comando Estratégico Conjunto da Frota do Norte, mais conhecido como Forças do Ártico. Um símbolo das ambições do país no Ártico foi sua expedição polar de 2007. Os batiscafos (veículos submersíveis destinados à exploração dos oceanos em regiões de águas ultraprofundas) foram os primeiros a chegar ao fundo do oceano na área do Polo Norte e instalaram ali uma bandeira russa de titânio, a 4.302 metros de profundidade.

O foco por trás da disputa está a possibilidade de que ali podem ser descobertas reservas com milhões de barris de petróleo e trilhões de metros cúbicos de gás natural. (Com informações da Russia Beyond)

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