AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Por que não o Flanker?

Recebidos a partir de 1997, a Índia já encomendou um total de 272 caças Sukhoi para serem a primeira linha de defesa aérea do País. Os jatos ainda estão em fase de recebimento

O ataque indiano a alvos supostamente terroristas dentro do território do Paquistão e os combates aéreos do dia seguinte que resultaram em pelo menos um MiG-21 indiano abatido levantaram dúvidas a respeito da operação dos caças Sukhoi Su-30 Flanker da Força Aérea da Índia. Em nenhuma das duas situações houve o esperado protagonismo do avião de combate mais avançado e numeroso do país, com pelo menos 240 unidades.

Na missão de ataque ao solo, na terça-feira, o trabalho foi executado por dez ou doze caças Mirage 2000, dos quais três ou cinco levaram bombas e os demais faziam a escolta contra alguma eventual tentativa de interceptação. As informações variam de acordo com as fontes, mas também há relatos de que algumas dessas aeronaves levaram sistemas de guerra eletrônica que foram capazes de confundir os radares paquistaneses.

Há informes contraditórios sobre uma possível contribuição dos Su-30 Flanker. Existe a informação de que os Sukhoi permaneceram do lado indiano da fronteira prontos para intervir caso fosse necessário. Em outros, é considerado que o Su-30 seria utilizado apenas para alvos a distâncias maiores, ainda que não existissem outros ataques programados. E, por fim, há o argumento de que o papel do Su-30 seria a defesa da soberania indiana.

Porém, no dia seguinte, quando houve o revide paquistanês, que ao que tudo indica era uma tentativa de ataque ao solo que acabou se transformando em um combate aéreo, os Su-30 também não foram protagonistas. Um caça F-16 paquistanês teria sido abatido por um MiG-21 modernizado. Por outro lado, a Índia teve que aceitar a perda de um MiG-21 que perseguiu seus oponentes, inclusive após cruzar a fronteira. O piloto saltou de paraquedas e acabou detido por forças hostis.

De acordo com reportagem da emissora indiana MDTV, naquela quarta-feira, 24 caças paquistaneses invadiram o espaço aéreo indiano. O pacote incluía pelo menos oito F-16, quatro Mirage III e quatro JF-17. Porém, não conseguiram executar o ataque porque foram repelidos por uma força de oito interceptadores indianos, sendo dois Mirage 2000, dois MiG-21 e quatro Sukhoi Su-30. Curioso é o par de MiG-21 ter sido quem fez a perseguição até dentro do território hostil.

A principal crítica aos Su-30 partiu do jornalista Sandeep Unnithan, do jornal India Today, de Nova Délhi. Ele revelou que a disponibilidade dos Mirage 2000 ronda os 80% da frota. Já os Sukhoi 30 teriam mais limitações na manutenção: somente 60% estariam voando. Mesmo assim, o total da frota é de 240 Sukhois, o que significaria cerca de 144 prontos para voar, um número ainda maior que as frotas de Mirage 2000 e MiG-21, de 40 e 100 exemplares, respectivamente.

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Redação

Comentários

  • Se una tarefa pode ser cumprida com o velho Mig, deixa-se o Flanker para outras que só ele pode executar. Colocaríamos nós um F5 MBR para interceptar um cocaleiro voando em Cessna a pistão pela Amazónia ? Não. deixa-se para o Tucano.

  • Vejo que há equilíbrio entre o poderio aéreo indiano e paquistanês. Aviões um tanto ultrapassados, outros nem tanto, remodelados e os de última geração sendo recebidos. Só resta torcer para que o bom senso impere entre os dois governos já
    que pissuem algo muito mais perigoso: o domínio das armas atômicas.

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