AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

EUA liberam F-16V para o Peru, mas país quer o Gripen E

F-16D Block 70 (F-16V) da Real Força Aérea do Bahrain, durante testes na Base Aérea de Edwards, nos EUA

O Congresso dos Estados Unidos liberou, em 16 de setembro, a venda de 12 caças F-16V Block 70 para a Fuerza Aérea del Perú, o que pode tornar o país vizinho o detentor dos mais modernos F-16 do Hemisfério Sul. Porém, em julho, a presidente Dina Boluarte, confirmou a compra de 24 aviões de combate Gripen E, versão semelhante à já em serviço no Brasil.

A proposta os Estados Unidos, com preço definido em US$ 3,4 bilhões, envolve dez caças F-16C Block 70, dois caças F-16D Block 70, pods designadores  AN/AAQ-28 Litening, capacetes JHMCS II, mísseis AiM-9X e AiM-120C-8 AMRAAM, sistemas de guerra eletrônica ALQ-254 Viper Shield e, destacam-se, os radares AN/APG-83 SABR, que contam com tecnologias desenvolvidas originalmente para o APG-81, dos F-35 Lightning II.

O F-16V é a mais nova versão oferecida pela Lockheed Martin, com destaque para radar AESA e novos sistemas embarcados Foto: Lockheed

A designação F-16V é uma marca de marketing da Lockheed Martin. A aeronave é apontada como uma opção mais acessível que o F-35 Lightning II, mas figura nos planos de aquisição, por exemplo, de países-membros da OTAN e de áreas de tensão geopolítica. Até o momento, o F-16V foi vendido para Bahrain, Bulgária, Eslováquia, Grécia, Jordânia, Marrocos, Polônia, Taiwan e Turquia.

Na prática, os Estados Unidos liberaram para o Peru uma versão do F-16 bem mais avançada que os F-16C/D Block 50 do Chile, F-16MLU da Argentina e F-16A/B Venezuelanos. É questionável, porém, se a aeronave pode ser descrita como mais avançada que os Saab Gripen E, que também estão em fase de negociações avançadas com a Colômbia.

Mais de 40 anos depois do primeiro voo, o F-16 ainda conquista mercados

A aprovação norte-americana é, possivelmente, uma manobra para complicar as negociações com os suecos. Um problema na oferta, porém, é que a autorização é para a venda de 12 caças F-16, enquanto a possível compra de Gripen seria pelo dobro de aeronaves.

O país conta hoje com cerca de 10 Mirage 2000, adquiridos nos anos 80, ainda em serviço. A frota de oito MiG-29SMP Fulcrum está parada e as condições operacionais dos oito Su-25 Frogfoot e vinte Cessna A-37B Dragonfly é pouco publicizada.

Além de Estados Unidos e Suécia, a França e a Coreia do Sul avançaram em negociações com o Peru para a venda, respectivamente, do Dassault Rafale e do KF-21 Boramae. 

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Humberto Leite

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