O Acre ganhou destaque nacional ao ser o primeiro estado a adotar drones fabricados no Brasil para missões de segurança pública. O projeto avançou em setembro: após nove semanas, foi concluída a formação dos primeiros quatro agentes que atuarão como operadores. A expectativa agora é haver o início das operações reais. Em agosto, o governo estadual também confirmou a compra da segunda unidade. A frota de aeronaves fará parte do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
A formação é intensa, indo além do domínio do software de comando. É necessário aprender a planejar os voos e conhecer as táticas para operações diurnas quanto noturnas. Os operadores também precisam ser capacitados em temas como segurança de voo e navegação aéreas. A formação foi realizada em São Paulo e concluída em 18 de setembro.

“Participar dessa formação foi mais do que aprender a operar um equipamento de ponta; foi compreender o papel da tecnologia no futuro da segurança pública. O drone Harpia nos dá olhos onde antes era impossível chegar, e isso significa mais proteção para a sociedade e mais precisão nas nossas ações”, disse o policial penal Wagner da Silva, um dos operadores qualificados.
O drone Harpia conta com sistema eletro-óptico e IR/termal de alta resolução, podendo ser controlada a até 218 km da sua antena. A autonomia é de até 12 horas e aeronave não tripulada pode voar a até cinco mil metros de altitude, o que permite operações de vigilância discretas. A velocidade máxima fica em 100 km/h. Há a opção de uso de um radar de abertura sintética (SAR) e de sistemas de inteligência de sinais, como os capazes de identificar a localização de um aparelho de celular, por exemplo. Outro destaque é a operação não necessitar de pistas de pouso tradicionais.

O sistema atenderá às demandas das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e órgãos de fiscalização ambiental. O Harpia pode ser usado no monitoramento de longo alcance; na vigilância de áreas dominadas por facções criminosas; no monitoramento florestal e ambiental, prevenindo queimadas, grilagem e desmatamento; no patrulhamento de fronteiras, impedindo o contrabando e o descaminho e também na busca e salvamento pela sua capacidade de detecção de sinais de rádio e sinais celulares.
Para o secretário de segurança pública do Acre, José Américo Gaia, o Harpia não é apenas um marco tecnológico, é um símbolo da mudança de paradigma na forma como enxergar a segurança pública. “Ao investir em capacitação e inteligência operacional, estamos preparando o Acre para enfrentar desafios com mais estratégia e menos improviso. Essa conquista reforça nosso compromisso com uma segurança moderna, eficiente e integrada”, destacou.
O Harpia foi desenvolvido e é produzido pela empresa Advanced Technologies Security e Defense (ADTECH), de São José dos Campos (SP). É a primeira aeronave da sua categoria a ser certificado pelo Ministério da Defesa como Produto Estratégico de Defesa, além de ser o drone de iniciativa privada com o maior alcance de voo já certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).










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