Parece cena de filme: o piloto passa mal e um dos passageiros precisa assumir os comandos e salvar a vida de todos a bordo. Essa história poderia ter acontecido no último dia 20 de dezembro, próximo a Denver, nos Estados Unidos, envolvendo um Beechcraft King Air B200. Porém, dessa vez, havia apenas dois pilotos a bordo e eles não passaram mal. Ganha destaque, ainda assim, o avançado sistema de pouso automático desenvolvido pela empresa Garmin.
A aeronave sofreu uma perda de pressurização a cerca de 7 mil metros de altura e o sistema de pouso automático foi ativado automaticamente, mesmo com os dois pilotos tendo colocado as máscaras de oxigênio com sucesso, sem perder a consciência. Porém, em meio a montanhas, em condições climáticas adversas e por não conhecerem as razões da despressurização, os pilotos optaram por manter o funcionamento do sistema de pouso automático. Em outras situações, o sistema pode ser acionado por meio de um único botão.

Conforme planejado pela Garmin, o sistema enviou mensagens de voz para o controle de tráfego aéreo local, informando a incapacidade dos pilotos e a opção para pouso, utilizando a frequência internacional de emergência (121,5 MHz). A aeronave foi sozinha até o Colorado’s Rocky Mountain Metropolitan Airport, fez a aproximação, baixou flaps e trem de pouso, tocou a pista, acionou os freios e, logo após a parada, desligou os motores. Vale destacar a falta de instruções claras para os profissionais de controle de tráfego: a torre do aeroporto de pouso chegou a passar informações sobre a liberação de pista e do vento, “caso pudesse ser ouvido”.
De acordo com a empresa operadora do voo, a Buffalo River Aviation, os dois pilotos acompanharam todas as fases e atestaram o funcionamento do sistema. Vale ressaltar que o sistema de pouso automático só permite ser utilizado integralmente ou não, havendo ausência de opções intermediárias, como acionamento do rádio, por exemplo. Em solo, foi possível atestar a falta de necessidade de atendimento médico. De todo modo, foi a primeira vez que o sistema da Garmin foi usado com sucesso, o que indica a possibilidade de um dia salvar uma aeronave que esteja, efetivamente, sem pilotos aptos na cabine.
De propriedade da Gunner Aviation, o avião foi fabricado em 1984, voando atualmente com a matrícula N479BR. O sistema de pouso automático foi instalado já em 2025, nas instalações da Blackhawk Performance Center.
Homologado no Brasil
A Cirrus anunciou, no início de dezembro, que o SR Series G7+ com o sistema de pouso de emergência autônomo Safe Return está agora aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Esta aprovação significa que o SR Series G7+ com Safe Return Emergency Autoland está certificado para uso no Brasil.

O Safe Return Emergency Autoland, impulsionado pela Garmin, permite que os passageiros pousem com segurança o SR Series G7+ com o simples toque de um botão em caso de emergência. Uma vez ativado, a aeronave navega autonomamente para o aeroporto mais próximo e adequado, comunica-se com o controle de tráfego aéreo e executa um pouso totalmente autônomo em caso de emergência.
O Safe Return Emergency Autoland pode ser ativado tanto manual quanto automaticamente. Qualquer pessoa na cabine pode ativar o Safe Return Emergency Autoland ao pressionar um botão. Se um piloto estiver sozinho ou os ocupantes da cabine não puderem ativá-lo manualmente, o Safe Return Emergency Autoland foi projetado para ativar automaticamente se o sistema determinar que o piloto está voando de forma errática ou está inconsciente. O Safe Return Emergency Autoland pode ser desconectado a qualquer momento pelo piloto, pressionando o botão de desconexão do piloto automático.











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