Há exatos 50 anos, em 30 de setembro de 1974, voava pela primeira vez o AH-64 Apache. Com mais de 2.700 unidades produzidas, acumulando mais de 1,3 milhão de horas de voo apenas em combate, com atuações no Panamá, Kosovo, Afeganistão, Iraque, Líbano e na Palestina. E essa história ainda terá mais capítulos: a versão mais atualizada, AH-64E, estará em produção, pelo menos, até 2028. Há projeções de que o Apache estará em serviço ainda na década de 2060.
O Apache surgiu como resposta da Hughes um requisito do US Army emitido em 15 de novembro de 1972 no programa chamado de Advanced Attack Helicopter (AAH). A ideia era ter uma aeronave mais capaz que o AH-1 Cobra, desenvolvido a partir do utilitário UH-1. Entre as principais características esperadas seria realizar navegações rápidas a baixa altura para penetrar em territórios hostis.

Os protótipos YAH-64 demonstraram ter melhores capacidades frente a outras propostas, dentre elas a do Bell YAH-63, que voou pela primeira vez um dia depois, em 1º de outubro de 1975. No ano seguinte, o US Army anunciou a Hughes como vencedora da competição. O desenvolvimento, porém, continuaria, com destaque para a incorporação dos mísseis Hellfire e dos motores T700-GE-701, mais potentes.
O US Army aceitou a primeira unidade de produção só em 1984 e, em abril de 1986, a 17th Cavalry Brigade, iniciou a operação efetiva. Já em 1989 ocorria o batismo de fogo, no Panamá, durante a operação Just Cause. Menos de dois anos depois, oito AH-64A Apache participaram das primeiras operações ofensivas da Desert Storm, em 17 de janeiro de 1991. Apesar do sucesso, houve dificuldades com a logística, tendo a disponibilidade ficado aquém do esperado.

As experiências em combate fizeram a McDonnell Douglas, que havia adquirido a Hughes Helicopters ainda em 1984, propor as versões AH-64B e AH-64C. Porém, a evolução efetiva viria com o AH-64D, que incorporou novos sensores, motores T700-GE-701C e sistemas de navegação, comunicação e sobrevivência atualizados. Destaque para a possibilidade de integração com o radar AN/APG-78 Longbow, posicionado acima do rotor, permitindo uso operacional com a aeronave protegida pelo terreno.
Apenas Israel, Grécia e Arábia Saudita compraram a versão AH-64A. O desenvolvimento do AH-64D abriu mercados, com exportações para Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Grécia, Israel, Japão, Kuwait e Singapura. Posteriormente, viria o AH-64E, comercializado a partir de 2012 com mais inovações, incluindo capacidade de controlar drones. Novas vendas foram feitas, dessa vez para Austrália, Arábia Saudita, Catar, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, Indonésia, Marrocos, Países Baixos, Polônia e Reino Unido.

Já os Estados Unidos contam, atualmente, com cerca de 150 AH-64D e 600 AH-64E em serviço. A aeronave faz hoje parte do portfólio da Boeing, que adquiriu a McDonnell Douglas nos anos 90.
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