O ataque israelense ao Irã, em 13 de junho, se notabilizou por reunir de maneira coordenada tanto elementos da guerra aérea tradicional, como jatos de combate, quanto meios mais modernos, como drones de pequeno porte. Na prática, o sucesso israelense representa uma mostra de que experiências aprendidas na guerra da Ucrânia, por exemplo, não se contrapõem às doutrinas anteriores, e sim são capazes de se somar.
Baseado em informações divulgadas até o momento por meios de comunicação do Ocidente e de próprio Israel, além da Al Jazeera, é possível afirmar que a primeira noite de ataques envolveu mais de 200 aeronaves de combate, entre F-15, F-16 e F-35. Estes últimos voaram em modo stealth, isto é, com baixíssima detecção por radares inimigos. Também está confirmada a participação de reabastecedores KC-707 e cargueiros C-130 Hércules, estes últimos possivelmente para eventuais missões de inserção de forças especiais ou busca e salvamento.

Ao mesmo tempo, drones de pequeno porte foram utilizados para duas missões específicas: ajudar a destruir baterias de artilharia antiaérea inimigas e fornecer informações de inteligência em tempo real. Essa segunda tarefa permitiu que as forças israelenses alcançassem um sucesso notável em um dos objetivos mais audazes da missão, que foi o assassinato de lideranças específicas da estrutura de comando iraniana, incluindo o comandante em chefe do Corpo da Guarda Islâmica Revolucionária, Major-General Hossein Salami, e o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Major-General Mohammad Bagheri.
Treinadas como missões de tipo “time-sensitive”, tarefas como essas envolvem a necessidade de confirmação rápida da localização de um alvo e disponibilidade de meios de ataque na janela de tempo em que há monitoramento. Isso permite ataques de precisão contra carros, apartamentos e outras localizações não tradicionais para alvos de alto interesse militar. É notável realizar algo assim sem ter superioridade do espaço aéreo, algo que Israel alcança sobre Gaza, Líbano e mesmo em partes da Síria, mas certamente não no espaço aéreo do Irã.

De acordo com a Al Jazeera, foram atingidos alvos nas cidades ou imediações de Teerã, Natanz, Tabriz, Isfahan, Arak e Kermanshah. Entre os principais alvos atacados, estariam a estação de enriquecimento de urânio em Natanz, um centro de pesquisa nuclear em Tabriz e uma base de mísseis balísticos em Kermanshah. Há, ainda, informações sobre ataque massivo à base aérea de Tabriz, sede de esquadrões de caças MiG-29 e F-5.
Não há, até o momento, informações a respeito do uso da aviação de caça do Irã na defesa do seu território. O MiG-29 é, atualmente, o principal vetor de defesa aérea, tendo ainda o possível auxílio dos já envelhecidos F-14 Tomcat. Há ainda caças Chengdu J-7 (MiG-21), Mirage F1, F-4E Phantom II e F-5E/F Tiger II, além dos caças nacionais HESA Saeqeh, HESA Azarakhsh e HESA Kowsar.

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