Já com a experiência de operar a bordo do porta helicópteros Atlântico, a Força Aérea Brasileira ampliou sua capacidade técnica no meio naval. Nos dias 29 e 30 de julho, um helicóptero H-36 Caracal do Esquadrão Falcão realizou treinamentos com o Navio de Patrulha Oceânico Araguari na costa de Natal (RN).
A embarcação não é de grande porte, mas conta com uma área que pode ser utilizada por helicópteros leves, como o Esquilo. No caso do H-36 Caracal, é possível realizar procedimentos de reabastecimento vertical de carga (VERTREP, sigla do inglês Vertical Replenishment) e Pick-up, termo em inglês para definir a transferência de pessoal ou carga através do guincho do helicóptero.
Na prática, o ganho é para as missões de busca e salvamento. “As operações aéreas contribuíram sobremaneira para a qualificação da Equipe de Manobra e Crache do NPaOc Araguari nas atividades de Pick-up e VERTREP. Fato que possibilita, ao navio, a realização de operações aéreas de Busca e Salvamento, Evacuações Aeromédicas, acrescidas de missões de interoperabilidade entre a Marinha e a FAB”, explica o Comandante do Araguari, Capitão de Fragata Cesar Augusto Prudêncio Pimenteira.
O treinamento serviu tanto para os tripulantes da FAB quanto para as equipes do navio Araguari e de outras embarcações da Marinha, que também estavam a bordo. “Com certeza eleva a proficiência operacional e técnica dos militares, pois eles conseguem experimentar o nível de dificuldade de se fazer um resgate em navio. Além disso, treinar com o navio é fundamental para a consciência situacional dos envolvidos, já que temos esse contato direto, combinamos tudo em briefing antes, para eles entenderem a sequência das ações em um resgate. E nós fazemos o treinamento utilizando o VERTREP e o Pick-up, que são procedimentos utilizados especificamente pela Marinha com suas aeronaves, o que amplia mais nossas possibilidades de atuação”, explica Capitão Aviador Leir Gomes de Oliveira, um dos pilotos envolvidos no treinamento.
O Capitão Leir destaca, ainda, a importância da interoperabilidade entre a FAB e a MB para o adequado funcionamento do serviço de Busca e Salvamento. “Em todos os acionamentos que tivemos de convés nos últimos tempos, quem iniciou a cadeia de acionamento foi o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (SALVAMAR), que, sabendo que não havia nenhum navio próximo que pudesse realizar o resgate, acionou o Centro de Coordenação de Salvamento Aéreo (SALVAERO), para a utilização do helicóptero como meio de resgate, tendo maior possibilidade de chegar ao local e extrair a vítima com maior rapidez”, completa.
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