Entre 18 de agosto e 4 de setembro, a Força Aérea Brasileira avaliou os caças F-39E Gripen e seus sistemas de suporte para as missões de alerta de defesa aérea e para desdobramento no território nacional. Essa fase é fundamental para que as aeronaves, que começaram a ser recebidas em 2020, possam ampliar seu leque operativo e comecem a assumir funções hoje desempenhadas pelos F-5E Tiger II, que se aproximam do término da vida útil.
A Verificação Técnica (VT) e a Validação Logística (VL) foi conduzida pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) com apoio de militares da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB), do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA SP) e do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV). Tudo foi realizado na própria Base Aérea de Anápolis, onde nove aeronaves já voam com o 1º Grupo de Defesa Aérea.

A coordenadora-geral da avaliação, Coronel Engenheira Thais Franchi Cruz, ressaltou que esta é uma prática consolidada no cenário internacional, representando o estado da arte nos processos de validação de sistemas de defesa. “Os dados coletados agora serão utilizados no planejamento do início da operação de Alerta de Defesa Aérea com o F-39E. Ainda serão necessárias outras fases para aprofundar o conhecimento sobre as capacidades da aeronave e consolidar o Conceito de Operações (CONOPS)”, explicou.
As aeronaves foram classificadas como sendo, atualmente, da chamada primeira versão BCU (Basic Capability Updated). “A VT verificou algumas melhorias incorporadas nessa atual versão da aeronave, que contribuem para uma melhor performance operacional”, destacou o Tenente-Coronel Aviador David Escosteguy, do IPEV, que realizou alguns dos voos da avaliação.
Já o Capitão Engenheiro Carlos Monteiro Barbosa Filho destacou que a Validação Logística (VL) teve como foco a avaliação das capacidades do Gripen diante de mudanças de configuração e do reposicionamento rápido da aeronave. “Foi mais uma oportunidade de validar, em um ambiente controlado, mas representativo das condições reais de operação, a capacidade logística do Grupo Logístico da BAAN (GLOG-AN) e o projeto do F-39 no cumprimento da missão, analisando dificuldades, complexidades, tempos de reação e outros indicadores relevantes”, afirmou.

Avanços operacionais
Outras fases de testes já foram bem-sucedidas. Em 8 de outubro do ano passado, o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) emitiu o Certificado de Aeronavegabilidade Inicial (CAI) para a aeronave F-39 Gripen de matrícula 4108. O cumprimento do prazo permitiu a participação da frota Gripen E na CRUZEX 2024. Os caças também tiveram sucesso em outros testes, como operação a temperaturas elevadas.
Ainda que a FAB não confirme os resultados e óbices encontrados nos testes – informações que legalmente são reservadas – há expectativas de um ganho cada vez maior de capacidades. Ainda em 2025 podem ocorrer os primeiros lançamentos de mísseis e tiro com o canhão. O reabastecimento em voo com os KC-390 também estão programados. Até lá, os aviadores desevolvem doutrinas de emprego da nova aeronave.
VEJA TAMBÉM:
Comentar