AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

FAB mobiliza caças e sistemas antidrones para defesa de Belém durante a COP 30

Sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a cidade de Belém (PA) terá áreas de exclusão aérea durante os dias 6 e 7 de novembro. De uma hora antes até uma hora após os eventos, será proibido voar a menos de 6 mil metros em um área de até 7,4km de distância em torno do Aeroporto de Belém. Aviões F-5EM e A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) estarão na linha de frente para garantir o cumprimento da determinação de segurança. Em caso de necessidade, poderão ser executados tiros de detenção.

Conforme a legislação vigente, aeronaves que desobedecerem às ordens passarão por medidas progressivas da defesa aéreas, começando pelo reconhecimento da aeronave (afinal, pode ser um voo perdido, por exemplo), ordem para mudança de rota, tiro de aviso e o tiro de detenção, que tem como objetivo não necessariamente destruir o alvo, e sim impedir a sua continuidade. Todas essas etapas são realizadas pelo controle de espaço aéreo e por aeronaves da FAB que já estarão em voo. A última medida possível seria um tiro de detenção realizado por baterias de mísseis antiaéreos RBS70, do Exército Brasileiro.

Sistema RBS70. Foto: Exército Brasileiro

O tempo de resposta poderá ser mínimo. Uma aeronave voando a 670 km/h, por exemplo, dará um tempo de resposta de apenas 55 segundos para percorrer o raio máximo da chamada área vermelha, de 7,4 km. Por isso, esta área está dentro de outras duas áreas, a amarela, um círculo com raio de 111 km, e a branca, outro ciclo concêntrico com raio de 148 km. Toda essa região estará sob vigilância constante de radares em solo e embarcados em aviões-radar E-99M.

Nos dias da COP30, para voar por dentro das áreas amarela e vermelha, será necessária uma autorização específica do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), da FAB. Já na área branca serão permitidas aeronaves com origem e destino nela mesma, com origem de fora para o interior da área limitada e do interior com destino fora dela. No entanto, na área branca, os aviões deverão ser previamente autorizados pelo controle do espaço aéreo. A expectativa é a de que não haja impacto significativo no tráfego de aeronaves civis, apesar do aumento da vigilância.

Foto: Força Aérea Brasileira

Há ainda uma quarta área, chamada de área de supressão, que fica em um raio de 2km em torno do local do evento. Neste espaço, somente vão voar aeronaves cumprindo missões de apoio à vida humana mediante estrita autorização da Defesa Aeroespacial.

Reabastecimento em voo e sistema antidrones

Durante a apresentação do plano à imprensa, realizada nesta terça-feira, 4 de novembro, na sede do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF), o Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi destacou a importância dos aviões KC-390 Millenium na missão de reabastecer os caças F-5EM Tiger II. “Para nós, será um tanque de combustível no ar, fazendo com que o F-5 possa voar o tempo todo”, explica. Os caças F-39 Gripen não vão participar.

Foto: Força Aérea Brasileira

Outra tecnologia ressaltada foi o sistema antidrone EnforceAir 2. Com emissão omnidirecional, detecta drones a até 4 km e causa interferência a partir de 1,5 km. “E o outro grande diferencial é o uso dos equipamentos anti-drones, visto o aumento exponencial de voos de drone próximo ao Aeroporto de Belém e precisamos que a segurança da navegação aérea seja reforçada. Com essas ações, mostramos ao mundo, mais uma vez, que estamos prontos para fazer operações desse nível”, detalhou o Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi.

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Humberto Leite

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