AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA DOS ARQUIVOS DE ASAS

MiG-31 chega aos 50 anos como vetor de ataque com mísseis hipersônicos

Caças MiG-31. Foto: Fedor Leukhin

Há exatos 50 anos, em 16 de setembro de 1975, voava pela primeira vez o Mikoyan MiG-31, que receberia o nome “Foxhound” da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Desenvolvido a partir do interceptador MiG-25 Foxbat, o MiG-31 até hoje é destaque nas Forças Armadas da Rússia, inclusive para missões de ataque a superfície com o míssil hipersônico Kh-47M2 Kinzhal. Hoje, apenas o MiG-31 e o Su-34, também russo, têm capacidade de utilizarem ataques com esse tipo de armamento e terem condições de se defender em um combate ar-ar.

O MiG-31 é uma evolução do MiG-25 e se destaca pela capacidade do conjunto radar e mísseis

Com dois motores Soloviev D-30F6, o MiG-31 pode atingir impressionantes 3.000 km/h ou alcançar até 21.500 metros de altura. O armamento é originalmente composto por um canhão de 23mm Gryazev-Shipunov GSh-6-23M, porém a função de interceptador requer mísseis com os R-77M, R-73 e R-37M, este último com alcance de até 300 km.

A capacidade de radar do MiG-31 é tão considerável, com o novo radar Zaslon-M tendo alcance de até 400 km, que jatos do tipo já teriam sido usados, inclusive, como plataformas AWACS, vetorando outras aeronaves para missões. A capacidade atual dos MiG-31BM é de acompanhar até 24 alvos simultaneamente e, se necessário, atacar oito ao mesmo tempo.

MiG-31 russo com míssil hipersônico Khinzal

Não por acaso, a bordo sempre vão dois tripulantes: o piloto e um operador de radar e armamentos, tais como outros caças contemporâneos, como o Tornado ADV e o F-14 Tomcat. Mesmo com a adoção de novas tecnologias, foi mantido este segundo tripulante.

Na missão primária de interceptação, porém, o MiG-31 já demonstra sinais do tempo, podendo ser superado por caças de gerações mais avançadas, como o Sukhoi Su-35 e o Sukhoi Su-57. Não por acaso, em 2023, o Cazaquistão, único operador além de União Soviética e Rússia, decidiu aposentar a sua frota. Porém, a guerra da Ucrânia mostrou o poder do MiG-31 para as missões contra alvos de superfície.

Os novos MiG-31K, adaptados para uso dos mísseis hipersônicos Khinzal, se tornaram uma das mais letais armas na atual guerra contra a Ucrânia. As próprias forças armadas oponentes já confirmaram que, sempre que um MiG-31 é detectado, um alerta especial é enviado para todo o país.

VEJA TAMBÉM:

NOVA EDIÇÃO DA ASAS – PRÉ VENDA

Carrinho