AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Parada militar chinesa redefine cenário da guerra aérea atual

A parada militar realizada nesta quarta-feira, 3 de setembro, em Pequim, foi além de ser uma mera comemoração sobre a vitória definitiva contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. O que a China mostrou abalou analistas internacionais da área de aviação militar, tanto por conta do nível técnico demonstrado quanto pela velocidade de desenvolvimento dos projetos já conhecidos. Foi uma verdadeira vitrine estratégica para sistemas aéreos de última geração, redirecionando o foco para capacidades de guerra moderna baseadas em furtividade, autonomia e projeção de poder.

O caça furtivo J-20B emergiu como destaque principal, exibindo manobras agressivas impossíveis em versões anteriores. Esta evolução resulta da integração de thrust vectoring control (TVC), tecnologia que direciona o fluxo dos motores para execução de manobras complexas. Equipado com propulsores WS-15 de fabricação nacional, o J-20B resolveu vulnerabilidades crônicas de propulsão, posicionando-se como plataforma de quinta geração plenamente operacional. É provável que as mais de 100 unidades já em serviço estejam em rápida conversão para uso do novo motor.

Complementando o poder aéreo, o caça furtivo embarcado J-35 fez sua primeira aparição pública na parada. Projetado para operar a partir de porta-aviões, incluindo o mais recente Fujian (Type 003), esta aeronave de quinta geração representa um avanço crítico na projeção de força marítima da China. Com características furtivas e capacidades multimissão, o J-35 visa assegurar superioridade aérea em ambientes navais complexos, equiparando-se a plataformas ocidentais como o F-35 Lightning II.

O míssil ar-ar PL-17 chamou atenção por seu alcance estimado em 300 quilômetros, superando sistemas ocidentais contemporâneos e se configurando como ameaça efetiva para alvos aéreos considerados de alto valor, como jatos AWACS e reabastecedores. Complementando esta capacidade, bombardeiros H-6N exibiram mísseis hipersônicos não identificados, indicando potencial para ataques rápidos contra alvos móveis ou fortificados com tempo mínimo de alerta, como é o caso de embarcações.

O drone de ataque GJ-11 Sharp Sword, com configuração de asa voadora e perfil furtivo, também chamou atenção, tendo sido possivelmente projetado para penetração em espaços aéreos fortemente defendidos. Sua função primária inclui reconhecimento ofensivo e lançamento de mísseis de precisão, operando em sinergia com caças como o J-20. Paralelamente, o FH-97A, classificado como loyal wingman, surge como força multiplicadora para aeronaves tripuladas. Este drone modular carrega sensores e armamento internamente, capacitado para saturar defesas inimigas, executar missões de supressão e expandir o alcance de detecção de alvos, com capacidade potencial para operações em enxame coordenado.

A defesa antiaérea apresentou salto tecnológico com o sistema de laser LY-1. Montado em plataforma móvel, esta arma de energia direta é projetada para neutralizar drones, mísseis de cruzeiro e aeronaves de baixa altitude. Sua vantagem operacional é a velocidade de engajamento. Porém, supõe-se ainda um baixo custo por disparo, complementando redes tradicionais de defesa contra ataques de saturação. A integração com radares avançados permite resposta instantânea a ameaças multidirecionais.

Vale ressaltar que não participaram tecnologias já em desenvolvimento, como aeronaves de sexta geração que já apareceram em testes de voo. Portanto, a possível capacidade militar chinesa vai além, possivelmente, do mostrado na parada militar de 3 de setembro de 2025.

Reações

A mídia estatal chinesa apresentou as novidades com euforia. Do lado ocidental, especialistas destacaram preocupação com a maturidade acelerada destes sistemas e sua implantação operacional. A integração observada entre caças furtivos, drones de combate e redes de sensores sugere que a China prioriza a superioridade de informação e ataques distribuídos como pilares da doutrina aérea moderna.

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