AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Rússia invade espaço aéreo da Lituânia, enquanto Austrália e China se criticam após intercepção

Su-30 da Rússia. Foto: Aleksandr Markin

O Ministério da Defesa da Lituânia informou publicamente que, em 23 de outubro, um caça russo Sukhoi Su-30 Flanker e um reabastecedor Il-78 violaram seu espaço aéreo por 18 segundos, tendo entrado 700 metros além da fronteira que separa o país báltico do exclave russo de Kaliningrado. Caças Eurofighter Typhoon da Espanha foram despachados para intercepção, mas as aeronaves russas rapidamente se retiraram da área.

A invasão do espaço aéreo foi condenada pelo presidente lituano, Gitanas Nausėda, que classificou o fato como uma violação da lei internacional e da soberania do seu país. O político informou da tentativa de interceptação realizada por nações aliados e disse que é importante haver reação a esse tipo de ocorrência.

Eurofighter Typhoon do Ejército de Aire, da Espanha. Foto: Ejército de Aire

Ex-república soviética, a Lituânia retornou sua total independência em 11 de março de 1990. Catorze anos depois, em 2004, ingressou na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), quando passou a receber contingentes de aeronaves de caça de países aliados para assegurar a defesa aérea na área do Báltico. Atualmente, quatro JAS-39C Gripen da Hungria e oito Eurofighter Typhoon da Espanha estão baseados em Šiauliai, na Lituânia, sendo reforçados por quatro F-35A Lightning II da Itália em Ämari, na Estônia.

A Força Aérea da Lituânia atualmente não conta com aeronaves de combate próprias.

Austrália e China

Quatro dias antes, em 19 de outubro, um jato de patrulha, reconhecimento, vigilância e inteligência P-8 Poseidon da Royal Australian Air Force foi interceptado no Mar da China por um caça Su-35 Flanker. O incidente fez o governo da Austrália chamar a conduta do interceptador de “perigosa e não profissional”.

Boeing P-8 da Royal Australian Air Force

De acordo com o governo australiano, o P-8 chegou a lançar flares para chamar a atenção do caça chinês. Apesar de não ter havido feridos, as manobras foram classificadas como perigosas, por supostamente terem colocado em risco tanto as aeronaves quanto os militares a bordo. A Austrália disse ainda que há anos realiza missões de patrulha na área, seguindo o ordenamento jurídico internacional.

O governo chinês não gostou do comunicado. O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Coronel Jiang Bin, disse à imprensa que a Austrália provocou as forças armadas de seu país com uma atitude inaceitável em qualquer lugar. Acrescentou, ainda, que o país deveria parar de minar as relações internacionais.

“A declaração da Austrália é uma distorção flagrante dos fatos. Acusou falsamente a China, tentando encobrir o ato vil de sua aeronave militar invadindo ilegalmente o espaço aéreo chinês. Estamos profundamente insatisfeitos com isso e apresentamos severas queixas à Austrália”, criticou o porta-voz.

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Humberto Leite

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