Desde o início da guerra contra a Rússia, a Ucrânia sustentou a necessidade de receber caças ocidentais para reforçar a capacidade de sua força aérea. Porém, menos de seis meses após a chegada dos primeiros F-16 Fighting Falcon, as aeronaves não representaram uma mudança no curso da guerra, ao mesmo tempo em que há planos para mudanças nos prazos de entrega e no já criticado treinamento dos pilotos.
Treinamento deficiente
A capacitação dos aviadores é, precisamente, o ponto de maior dúvida. Mesmo os aviadores mais experientes voavam aeronaves de origem russa-soviética, como os MiG-29 e Su-27, com uma cultura operacional completamente distinta da encontrada nos F-16, além de serem versões antigas, com menos avanços tecnológicos.
O treinamento inferior a um ano já era alvo de críticas, uma vez que os pilotos precisavam aprender a voar outra aeronave, compreender novas doutrinas e dominar tecnologias antes desconhecidas. Agora, a Ucrânia revelou que vai reduzir em mais três meses o tempo de formação dos novos pilotos de F-16. Até mesmo a dificuldade com a língua inglesa tem sido apontada.
No fim de maio, a primeira turma, formada por um número não divulgado de aviadores, foi declarada como formada no treinamento oferecido pela United States Air Force no estado do Arizona. Esses aviadores iriam ainda passar por treinamentos em outras nações, conforme divulgado na época. Na prática, foram só dois meses entre a conclusão do curso de F-16 e o início das missões reais na guerra.
De acordo com o conglomerado de mídia norte-americano Politico, a Ucrânia manifestou sua frustração com o treinamento oferecido pelos Estados Unidos. O ritmo de formação das turmas estaria abaixo do esperado. O mesmo valeria para a formação dada pelos parceiros europeus, incluindo o centro de treinamento na Romênia.
Ritmo baixo de entregas
Ao mesmo tempo, a entrega dos caças tem ocorrido em uma velocidade abaixo do anunciado. A Ucrânia anunciou, no último dia de julho, o recebimento de caças F-16, mostrando quatro unidades. De acordo com a revista britânica The Economist, o país recebeu dez caças F-16, todos usados pela Dinamarca. Até o fim do ano, seriam recebidos mais dez jatos.
Não há qualquer indicativo ou anúncio oficial de que essas entregas adicionais ocorreram em 2024 – vale lembrar que países europeus destacam suas entregas à Ucrânia. Debate-se, agora, como ficará o plano de um total de 79 entregas em 2025, a serem feitas pela Dinamarca e pelos Países Baixos (Holanda). Bélgica e Noruega pretendem ampliar esse quantitativo.
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