AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Companhias aéreas devem alcançar 4,99 bilhões de passageiros em 2025

Aeroporto Internacional de Atlanta. Foto: Harrison Keely

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) anunciou que, em 2025, as companhias aéreas de todo o globo devem registrar 4,99 bilhões de passageiros transportados, um aumento de 4% frente aos números de 2024. A projeção é encerrar o ano com uma receita total de US$ 979 bilhões, um aumento de 1,3% em relação ano anterior.

A lucratividade vai subir. A despesa total vai subir, em 2025, 1% frente a 2024, alcançando US$ 913 bilhões. Isso vai permitir um lucro operacional de US$ 66 bilhões, 1,3% acima do registrado em 2024, de US$ 61,9 bi. A margem de lucro líquido vai chegar a 3,7%, com o retorno sobre capital investido de 6,7%, acima dos índices de 3,4% e 6,6% de 2024. A eficiência foi um fator significativo das estimativas. As taxas de ocupação de passageiros devem atingir o recorde em 2025, com a média anual de 84,0%.

O principal fator positivo, porém, foi na área de combustível. O combustível de aviação deve atingir a média de US$ 86/barril em 2025 (bem abaixo da média de US$ 99 em 2024), levando à conta total de combustível de US$ 236 bilhões e representando 25,8% de todos os custos operacionais. Esse valor representa uma queda de US$ 25 bilhões em relação aos US$ 261 bilhões de 2024.

A350 da Japan Airlines. Foto: Simply Aviation

Vale ressaltar que, neste momento, a produção de combustível de aviação sustentável (SAF) representa um aumento das despesas. A IATA estima que o custo médio do SAF em 2024 foi 3,1 vezes o do combustível de aviação, totalizando um custo adicional de US$ 1,6 bilhões. Em 2025, o custo médio do SAF deve ser 4,2 vezes o do combustível de aviação. Esse custo adicional está, em grande parte, relacionado às “taxas de conformidade” de SAF cobradas por fornecedores de combustível europeus para proteger seus custos potenciais, em decorrência dos mandatos europeus de SAF que determinam a inclusão de 2% de SAF no fornecimento de combustível de aviação.

A produção de combustível de aviação sustentável (SAF) deve crescer e atingir 2 milhões de toneladas (Mt) em 2025, representando apenas 0,7% do consumo de combustível das empresas aéreas. A produção de SAF dobrará em relação à quantidade de 1 Mt produzida em 2024 (totalmente adquirida pelas empresas aéreas), mas a produção precisa de uma expansão exponencial para que o setor posso cumprir com seu compromisso de zero emissão líquida de carbono até 2050.

Boeing 787 da Air China. Foto: Andrew Dawes

Expectativas

Ainda assim, as expectativas eram ainda mais elevadas. Em dezembro, a IATA projetou que as receitas iriam, pela primeira vez, superar a marca de um trilhão de dólares, com transporte de 5,22 bilhões de passageiros ao longo de 2025. O lucro operacional esperado era de US$ 67,5 bilhões. “Mesmo que as projeções anteriores de demanda tenham sido prejudicadas por tensões comerciais e quedas na confiança do consumidor, o resultado é uma melhoria nas margens líquidas. Isso ainda representa cerca de metade do lucro médio em todos os setores. Mas, considerando os desafios, é um resultado forte que mostra a resiliência que as empresas aéreas trabalharam arduamente para fortalecer”, afirma o diretor geral da IATA, Willie Walsh.

“O primeiro semestre de 2025 trouxe incertezas significativas aos mercados globais. No entanto, segundo vários indicadores, incluindo o lucro líquido, ainda será um ano melhor para as empresas aéreas do que 2024, embora um pouco abaixo das nossas projeções anteriores”, afirma o diretor geral da IATA, Willie Walsh.

Airbus A340-300 no GRU Airport. Foto: Oliver spotter

Um indicador negativo está no transporte de cargas, que devem ter queda de receitas de 4,7% frente a 2024, chegando a US$ 142 bilhões em 2025. O principal fator são as medidas protecionistas que prejudicam o comércio, incluindo tarifas.

As boas notícias também precisam ser contextualizadas. O lucro líquido de US$ 36 bilhões é considerado pela IATA como significativo, mas equivale a US$ 7,20 por passageiro por voo, valor considerado pequeno pela associação. A preocupação é a de que novos impostos, aumento de taxas ou redução de demanda podem reduzir rapidamente a lucratividade do setor. “Os governos que veem as empresas aéreas como o núcleo de uma cadeia de valor que emprega 86,5 milhões de pessoas e sustenta 3,9% da atividade econômica global devem manter isso em mente”, declara Walsh.

Foto: Edward Dear

Dificuldades com novas aeronaves

Em 2025, 1.692 aeronaves devem ser entregues. Embora isso represente o nível mais alto desde 2018, é quase 26% menor do que as estimativas do ano anterior. Novas estimativas reduzindo esse número baixo são prováveis, visto que os problemas na cadeia de suprimentos devem persistir em 2025 e possivelmente até o final da década.

Problemas nos motores e a escassez de peças de reposição agravam a situação e causaram um número recorde de paradas de certos tipos de aeronaves. O número de aeronaves com menos de 10 anos em estoque é atualmente superior a 1.100, representando 3,8% da frota total, em comparação com 1,3% entre 2015 e 2018. Quase 70% dessas aeronaves paradas estão equipadas com motores PW1000G.

“Os fabricantes continuam decepcionando as empresas aéreas. Todas as empresas aéreas estão frustradas com a persistência desses problemas por tanto tempo. E os sinais de que esses problemas podem ser resolvidos até o final da década são inaceitáveis!”, declara o diretor da IATA.

PRÉ – VENDA! NOVA EDIÇÃO DA ASAS

FRETE GRÁTIS A PARTIR DE R$ 149,99!!!

Carrinho