O Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira, popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, completou, em 3 de julho, o marco de 10 anos de apresentações com a aeronave A-29 Super Tucano. Já são 457 demonstrações, tanto no Brasil quanto em nações da América do Sul.
A adoção do Super Tucano ocorreu a partir de 2013, quando a Esquadrilha completou pouco mais de 29 anos de operações com o T-27 Tucano. O desafio, naquele momento, era passar para o novo vetor todas as manobras realizadas, respeitando as características do A-29 Super Tucano.

“Durante a implantação do A-29 foram muitos momentos marcantes e, se for para eu destacar um, foi a superação das expectativas em relação ao avião. É uma aeronave que tem o dobro da carga alar em relação ao T-27 e havia uma preocupação de que ele não pudesse fazer o que os aviões anteriores faziam. Porém, a demonstração com os A-29 ficou muito próximo do que era feito com os T-27. Foi um período de surpresas positivas”, avalia o Brigadeiro do Ar Marcelo Gobett Cardoso, comandante da unidade entre os anos de implantação da aeronave, de 2013 a 2015, e atualmente na reserva.
Ao todo, 18 pilotos foram envolvidos na operação do novo avião. Foram realizadas 765 missões de treinamento com as aeronaves disponíveis para o Esquadrão, para que os aviadores pudessem chegar a um conjunto de manobras que viabilizassem uma demonstração aérea com dois perfis – bom e mau tempo.

A FAB montou um time de aviadores que reunia tanto “fumaceiros”, experientes no T-27 e nas manobras da Esquadrilha, quanto aviadores com vivência no A-29. Destaque ainda para a contribuição de três coronéis da reserva que tinham experiência tanto na unidade quanto no Super Tucano.
Um acidente fatal marcou o período. Os capitães João Pivovar e Fabrício Carvalho faleceram mesmo após ejetarem de um A-29B durante uma missão de treinamento realizada na manhã de 12 de agosto de 2013, na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP). Uma segunda aeronave foi perdida em 2022, também durante um treinamento no mesmo local, com os dois tripulantes tendo ejetado com sucesso.

A adoção do Super Tucano pela Esquadrilha da Fumaça também foi foco de críticas por ter ocorrido sem a aquisição de aeronaves adicionais, e sim com a retirada de aviões que estavam nos três esquadrões localizados em regiões da fronteira, onde cumprem missões como vigilância do espaço aéreo. Em 1º de outubro de 2012, a Esquadrilha da Fumaça chegou a receber aviões com a camuflagem cinza e verde, padrão das unidades de combate da Força Aérea Brasileira. Logo, os aviões receberam a nova pintura.
Por outro lado, a adoção do A-29 Super Tucano permitiu que a Esquadrilha da Fumaça contasse com uma aeronave mais potente e com melhor capacidade para os voos de deslocamento. Além disso, voar uma aeronave que conta na carteira de produtos da Embraer ajuda a promover no exterior a aeronave brasileira.
Comentar