A eleição para novos parlamentares alemães, em março, tem os gastos militares como um dos principais debates. Por um lado, a Alemanha luta para equilibrar seu orçamento público, por outro, enfrenta pressões internas e externas por manter um nível de investimento anual em defesa inferior a 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB), como indicado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e cada vez mais exigido pelos Estados Unidos, que contribuem com o maior orçamento da Aliança.
O debate está nos mais elevados escalões políticos. No início do ano, o Ministro da Economia e da Ação Climática, atualmente vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, do partido Verde, disse que o país precisa investir pelo menos o dobro do orçamento anual em defesa, chegando a cerca de 3,5% do PIB. O chanceler Olaf Scholz, porém, refutou o plano. Ele tem adotado a política de ser um líder contra conflitos armados, inclusive se opondo a pacotes de ajuda à Ucrânia, preferindo oferecer empréstimos.
A Alemanha conta atualmente com o terceiro maior PIB do mundo, atrás de Estados Unidos e China, sendo praticamente o dobro do italiano e do canadense. Um investimento de 2% em defesa significaria uma ampliação de capacidades da OTAN bem acima do oferecido por outros aliados. Atualmente, dos 32 membros da OTAN, Espanha, Eslovênia, Luxemburgo, Bélgica, Canadá, Itália, Portugal e Croácia estão abaixo do investimento de 2% do PIB. O país que mais investe, proporcionalmente a sua economia, é a Polônia, com Estados Unidos em segundo lugar e Grécia em terceiro.
Comentar