AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Aviação naval chinesa no centro da disputa entre jornais da China e do Reino Unido

A primeira missão de um porta-aviões chinês longe da costa do país, navegando no Oceano Pacífico, a leste de Taiwan, provocou uma guerra de narrativas entre os meios de comunicação. Depois de a agência de notícias britânica Reuters classificar a missão como uma peça de propaganda, levantando dúvidas sobre o efetivo poder aeronaval da frota chinesa, o portal chinês Global Times respondeu dois dias depois com detalhes do que seriam treinamentos de elevado nível realizados pelo porta-aviões Shandong.

A partir de opiniões de analistas ocidentais e antigos adidos militares, a Reuters publicou em 5 de maio a visão de que a China poderá ainda ter que esperar mais de uma década para que seus porta-aviões possam ser uma ameaça credível. Ainda assim, o veículo de comunicação britânico destacou o potencial da força de mísseis balísticos da China e de outros meios navais, como os cruzadores.

De acordo com a Reuters, as operações aeronavais da China ainda estão em fases de testes e de treinamentos básicos. Pousos e decolagens à noite, por exemplo, ainda estariam longe da rotina diária, tornando os porta-aviões vulneráveis a ataques no período noturno, justificando permanecerem próximos à costa. O avião-radar KJ-600, semelhante ao norte-americano E-2 Hawkeye, também estaria longe do serviço ativo.

Por outro lado, o Global Times afirma que a missão do Shandong, o primeiro porta-aviões construído na China, comissionado em dezembro de 2019, sendo atualmente complementado pelo Liaoning, derivado de um antigo casco de origem soviética negociado com a Ucrânia, está em elevado nível operacional. Durante a missão, o porta-aviões teria sido responsável por patrulhas em torno da ilha de Taiwan e desenvolvido outros tipos de missões, como alerta de combate. Também foi realizada a integração com a aviação em terra, incluindo os bombardeiros H-6K, e até com a força de mísseis balísticos.

O Global Times, da China, faz questão de citar o próprio Ministério da Defesa do Japão, que revelou ter havido cerca de 620 operações aéreas durante 18 dias de presença no Oceano Pacífico. A Marinha chinesa também liberou vídeos que mostram operações noturnas. Ainda assim, o discurso adotado pelos analistas ouvidos pela imprensa chinesa é o de que a aviação naval do país está “no caminho” para se tornar “ainda mais capaz enquanto acumula experiências”.

Tanto do lado chinês quanto do britânico, fica um ponto em comum: a entrada em serviço do novo porta-aviões, o Fujian, deve ampliar significativamente o poder da aviação naval chinesa. Entre as principais novidades estão a adoção de catapultas, que vai permitir decolagens com maior peso, e a entrada em serviço de caças de quinta geração, aviões de guerra eletrônica, drones e aviões-radar.

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