A inauguração da linha de montagem de caças F-39 Gripen na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP) marca uma nova fase da indústria aeroespacial brasileira. Pela primeira vez, jatos supersônicos passarão a ser produzidos no País. A solenidade acontece hoje, 9 de maio de 2023, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em parceria com a Saab, serão produzidos no Brasil quinze dos 36 caças adquiridos pela Força Aérea Brasileira. Outras oito aeronaves serão iniciadas na Suécia e concluídas na unidade da Embraer. A mão de obra é constituída por engenheiros e técnicos brasileiros treinados pela Saab em Linköping, por meio de projetos de transferência de tecnologia, um dos principais pré-requisitos do processo seletivo, finalizado em 2013 com a escolha do Gripen. O contrato prevê a entrega dos 36 aviões até 2027.
“O início das operações da linha de produção do Gripen marca o nosso compromisso com a transferência de tecnologia e de conhecimento para a indústria brasileira. O objetivo também é produzir aqui quaisquer pedidos futuros de Gripen para o Brasil, bem como de outros países. Queremos que o Brasil se torne um centro de exportação para a América Latina e, potencialmente, para outras regiões”, disse Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.
A linha de produção na Embraer recebe as aeroestruturas dos caças produzidas na fábrica de Linköping, na Suécia e de São Bernardo do Campo (SP). Na linha de montagem o avião de combate será produzido com a junção dessas aeroestruturas, a instalação de cablagens, equipagem de vários sistemas, trem de pouso, aviônicos, equipamentos táticos, canopi, assento ejetável e motor. Depois que a montagem do caça é concluída, são realizados testes funcionais e de voos de produção para preparar a aeronave para a entrega final. As unidades montadas no Brasil serão entregues a partir de 2025.
“Celebramos hoje não só a inauguração da linha de produção do caça Gripen, mas o sucesso da colaboração entre a Saab e a Embraer, que se fortalece a cada dia com o objetivo comum de servir ao nosso cliente, a Força Aérea Brasileira. Desde o início a Embraer tem tido um papel relevante no programa Gripen, participando, por exemplo, do desenvolvimento da versão brasileira da aeronave biposto. Como uma evolução natural dessa relação, esperamos que em breve possamos juntos expandir nossos negócios em novos mercados”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
Com a parceria, a fábrica da Embraer passa a contar com o ecossistema completo para os caças nas fases de desenvolvimento, testes e, agora, produção. Na unidade estão em funcionamento também o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e o Centro de Ensaios em Voo.
“O início da produção da aeronave F-39 Gripen no Brasil simboliza a concretização de um ambicioso projeto que se traduz em transferência de tecnologia, geração de empregos e o consequente desenvolvimento do setor aeroespacial do Brasil. Graças a uma sólida parceria entre a Força Aérea, Saab e Embraer, entramos agora no seleto grupo de países que detêm a capacidade de construir aeronaves supersônicas. Parabéns a todos os envolvidos!”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.
Para o ministro da Defesa, José Múcio, a parceria fortalece a indústria nacional e eleva o Brasil a patamares “cada vez mais amplos” no desenvolvimento tecnológico para defesa nacional. “A transferência de tecnologia e a capacidade de produção da aeronave em Gavião Peixoto nos permitem a autossuficiência em delicadas fases do processo produtivo”, disse, durante cerimônia ao lado do presidente Lula.
Para o ministro Múcio, o contrato para o desenvolvimento e a produção das aeronaves Gripen traz “novos horizontes na capacidade de prover a defesa aérea compatível com dimensões continentais desse país”. “Muito mais do que uma evolução nos meios de defesa aéreo, o advento do caça Gripen permite ao país um aumento significativo de sua capacidade operativa, de aquisição de alvos, de eficiência, podendo atuar ao longo alcance em conjunto com outras estrelas da Embraer, o KC- 390, por meio da capacidade de reabastecimento em voo”, explicou.
Atualmente, quatro dos aviões já estão operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO) e outros dois chegaram ao País na última sexta-feira (5).
“O contrato beneficia toda a base industrial de Defesa e proporciona a renovação da frota dos caças que vão manter a soberania e segurança dos céus do país pelas próximas décadas, ao mesmo tempo em que permite que a Aeronáutica tenha plenas condições operacionais para desempenhar seu papel”, diz a Presidência, em comunicado. (Com informações da Agência Brasil)
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