O U.S. Transportation Command (USTRANSCOM), responsável pela logística das forças armadas dos Estados Unidos, divulgou os resultados de seu teste de dispersão de aerossol na cabine de aeronaves comerciais. O resultado aponta que é muito baixo o risco geral de exposição a patógenos aerossolizados, como o coronavírus. De acordo com os resultados, seriam necessário voar cerca de 54 horas para haver a inalação de uma dose infecciosa.
O teste, conduzido no final de agosto, foi realizado pela Zeteo Tech, S3i, Instituto Nacional de Pesquisa Estratégica da Universidade de Nebraska e Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa em aeronaves Boeing 767-300 e o Boeing 777-200. Manequins com e sem máscara facial ocupavam vários assentos da aeronave testada enquanto partículas fluorescentes traçadoras eram liberadas em intervalos de dois segundos para simular a respiração por um minuto durante os testes de solo e em vôo. Sensores de partículas fluorescentes foram colocados em toda a aeronave para medir a concentração ao longo do tempo.
O teste revelou que o aerossol liberado foi rapidamente diluído pelas altas taxas de troca de ar observadas nas células. O tempo que as partículas traçadoras de aerossol permaneceram detectáveis dentro da cabine foi, em média, de menos de seis minutos. Para efeito de comparação, uma casa norte-americana típica leva cerca de 90 minutos para remover esses tipos de partículas do ar. A alta troca de ar, juntamente com a filtragem de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) de todo o ar recirculado, significa que o sistema de suprimento de ar de uma aeronave comercial oferece proteção maior do que os padrões de projeto para uma sala de isolamento de paciente ou uma sala de cirurgia de hospital.
“Embora os testes tenham algumas limitações, especificamente consideraram apenas um único passageiro infectado e não tentaram coletar dados que refletissem o movimento do passageiro na cabine, os resultados são encorajadores”, disse o Almirante Dee Mewbourne, subcomandante do USTRANSCOM.
Contaminação em aeronaves
De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), que reúne companhias de todo o mundo, até a semana passada foram confirmados 44 casos de Covid-19 em que a contaminação ocorreu por conta de um voo. A IATA, porém, ressalta que ao longo do ano já houve 1,2 bilhão de passageiros transportados ao redor do mundo.
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