AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Brasil é estrela de feira aeronáutica na Colômbia

Jatos da FAB são a principal atração no evento colombiano. Foto: F-AIR 2025

Muita forças aéreas mundo afora gostariam de estar na pele da Força Aérea Brasileira. Isso porque, em um momento inédito na história, o Brasil conta com caças que são novidade global, os F-39E Gripen, e tem uma frota já notável de um cargueiro tático multimissão cada vez mais reconhecido por suas potencialidades, o KC-390 Millenium. Essa posição privilegiada da FAB ficou evidente nos últimos quatro dias, em Rionegro, na Colômbia, onde todos os olhos se voltaram para a participação brasileira na Feria Internacional Aeronáutica y Espacial (F-AIR).

O envio das aeronaves da FAB não só ajuda a promover os projetos da Saab e Embraer, como também projeta a força do País. A imprensa e o público, não só da Colômbia, mas também de outras nações, trata as aeronaves com cores brasileiras como protagonistas do evento. Vale destacar que isso ocorre, hoje, na Colômbia, porém a dupla F-39E e KC-390 teria destaque em qualquer evento aeronáutico global. Não há nenhuma outra força aérea no mundo que tenha em sua frota atual os dois modelos.

Caça Gripen e KC-390 da FAB durante treinamento na Base Aérea de Goiás

Ainda equipada com os já ultrapassados IAI Kfir, aeronave que teve forte lobby para ser operada pela FAB, a força aérea da Colômbia aguarda o término das negociações do seu governo para a compra de caças Gripen. O presidente Gustavo Petro está diretamente envolvido nas tratativas e a expectativa colombiana é de chegada das primeiras unidades em menos de dois anos. A decisão tem embasamento no atual cenário internacional dos Estados Unidos, mas surpreendeu a Colômbia não adotar caças F-16 novos ou usados, uma realidade que era vista como certa. O europeus Rafale e Eurofigher Typhoon também foram cogitados.

O Peru também se prepara para adquirir o Gripen. A presidente Dina Boluarte já fez o anúncio da compra e as negociações avançam com a Saab. A ideia é substituir os jatos Mirage 2000 em uso desde a década de 80, em uma decisão que deixou para trás as influências dos Estados Unidos (F-16), França (Rafale) e da Coreia do Sul (FA-50), que até tem parcerias aeronáuticas vigentes.

Boeing 767 Júpiter da Força Aérea da Colômbia com jato IAI Kfir
Foto: Fuerza Aérea Colombiana

Ao mesmo tempo, o KC-390 está se tornando um “avião padrão-OTAN”. Já com unidades exportadas para Portugal e Hungria, o jato fabricado pela Embraer foi selecionado pela Eslováquia, República Tcheca, Lituânia, Países Baixos e Suécia, todos Estados-Membros da aliança militar ocidental. Áustria e Coreia do Sul também selecionaram o modelo, que ainda não conquistou vendas na América do Sul, onde ainda faz sucesso os já ultrapassados C-130 Hércules.

Mais Brasil

O Ministério da Defesa do Brasil, por intermédio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), participa do evento na Colômbia com força. Os estantes com a bandeira do Brasil também contam com outros projetos, caso dos helicópteros H-125 e H-145, da embarcação NPa-200 e de sistemas de radares.

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Humberto Leite

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