Apesar de ter capacidade técnica, a Embraer não pretende produzir aeronaves maiores, capazes de competir diretamente com os principais modelos da Boeing e da Airbus, pelo menos até 2030. A informação foi confirmada nesta semana pela direção da empresa durante encontro com os principais veículos especializados em aviação do mundo, incluindo a Revista ASAS. O motivo é simples: as estratégias atuais da empresa têm sido efetivas.
De acordo com os executivos da Embraer, as capacidades envolvidas no desenvolvimento e construção de modelos como o KC-390 Millenium e os jatos da família E2 já dariam à fabricante brasileira a possibilidade de oferecer ao mercado aeronaves na faixa de 200 a 300 assentos. Porém, os estudos de oportunidades de mercado não têm apontado para esta direção: o sucesso da família E2, das aeronaves executivas e de modelos militares como os KC-390 Millenium e A-29 Super Tucano, ambos com variantes específicas para países da OTAN, estão com maior foco da Embraer. Também há o advento dos veículos elétricos de pouso e decolagem verticais (eVTOLs).
No universo dos jatos comerciais, a Embraer tem preferido apresentar sua família de modelos E2 como “completo ideal para a frota”, ressaltando o uso por companhias aéreas que também têm aeronaves maiores, como Azul, KLM, Lot, Royal Jordanian, Air Astana e Heveltic, dentre outras. Os números alcançados têm mostrado o sucesso da estratégia. A empresa já comemorou a entrega do 1.800º jato da familia E2.
Para se ter uma ideia do sucesso da Embraer nos seus mercados, no mês passado, estima-se que cinco milhões de norte-americanos voaram em aeronaves fabricadas pela Embraer e um a cada quatro voos que partiram do aeroporto de La Guardia, em Nova York, foram realizados por aeronaves E175. A América do Norte é responsável por cerca de 62% da receita nos quatro primeiros meses de 2024. Em todas as áreas, há ampliação dos pedidos, o chamado backlog: hoje, já são 21,1 bilhões de dólares na carteira, sendo 11,1 bilhões só da aviação comercial.
Na área de eVTOLs, desenvolvidos e prontos para serem construídos pela empresa Eve, parte do grupo Embraer, são cerca de 14,5 bilhões de dólares em pedidos para cerca de 2.900 aeronaves. Os planos para aeronaves com propulsão elétrica e à hidrogênio também saltam aos olhos, tanto por conta dos compromissos da Embraer em termos de sustentabilidade quanto pelo crescente interesse do mercado, com voos programados ainda para esta década.
O desenvolvimento de projetos com confiabilidade foi ressaltado no encontro com a mídia especializada. Enquanto os jatos da família E2, da Embraer, entraram em serviço dois meses antes do previsto, isso não ocorreu com os CSeries (Airbus/Bombardier), Sukhoi SSJ, Boeing 737 Max ou Airbus A320Neo. O tempo de desenvolvimento também foi o mais curto, sendo inferior a cinco anos. O cumprimento do orçamento também foi destaque.
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