AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Compra de F-16 pela Argentina não vai trazer mudanças para defesa das Malvinas

Eurofighter Tyhphoon em operação nas Malvinas. Foto: David Parnham

O Ministério da Defesa do Reino Unido não encara o anúncio da aquisição de caças F-16AM/BM usados pela Argentina como motivo de preocupação para manter a soberania britânica das ilhas Malvinas, batizadas de Falklands pelos súditos do Rei Charles III. De acordo com o ministro da defesa, Leo Docherty, a prontidão militar na área é constante.

“Mantemos a nossa postura de defesa no Atlântico Sul sob revisão regular para ter em conta toda a gama de desenvolvimentos. Estou convencido de que a atual presença militar no Atlântico Sul está no nível adequado para garantir a defesa das ilhas”, afirmou o ministro em resposta oficial a Robert Buckland, membro do parlamento britânico que questionou se haveria uma nova preocupação com o novo investimento militar da Argentina.

Após a guerra de 1982, o principal investimento britânico na área foi a construção da Base Aérea de Mount Pleasant, operacional desde 1985. Em geral, o contingente estacionado ali inclui quatro caças Eurofighter Typhoon FGR4, um reabastecedor Voyager KC2 e um A400M Atlas, além de helicópteros para missões utilitárias e de busca e salvamento. Também há uma companhia de infantaria do Exército e, quase sempre, pelo menos um navio de patrulha da Royal Navy.

A400M Atlas a caminho das Falklands. Foto: Royal Air Force

F-16 para a Argentina

O governo da Argentina assinou em 16 de abril, na Dinamarca, o contrato para aquisição de 24 caças F-16AM/BM de segunda mão. Apesar de ter sido exposto um primeiro jato com as marcações nacionais do país, a primeira entrega deve ocorrer só no próximo ano. A compra envolve aeronaves envelhecidas, já em fase de substituição, na Dinamarca, por novos F-35A Lightning II. Porém, para a Argentina será um salto tecnológico e operacional. Desde 2015, quando houve a aposentadoria da frota de Mirage, o país vizinho não contava com jatos supersônicos.

Além disso, finalmente poderá ingressar na era dos combates além do alcance visual. Versão modernizada dos F-16A/B, os F-16AM/BM receberam aprimoramento técnico nos anos 90, com a incorporação de capacidades adicionais. O planejamento é receber uma célula desmontada para treinamento ainda em 2024. Em 2025, serão entregues dois F-16A e quatro F-16B. A entrega será completada em 2028, tudo dependendo do cronograma de pagamentos. O valor total deve alcançar US$ 650 milhões se todas as opções forem exercidas, como o pacote de armamentos, que inclui mísseis AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM.

Assinatura do contrato de aquisição de caças F-16 para a Argentina. Foto: Instagram do ministro Luis Petri

A aprovação para o negócio foi dada em outubro pelos Estados Unidos, antes mesmo da vitória eleitoral do novo governo argentino. À época, a Casa Branca considerou de interesse norte-americano permitir o reequipamento da Argentina com material militar de origem norte-americana. A principal consequência foi o fim da possibilidade de a Argentina receber aeronaves com os caças sino-paquistaneses JF-17 Thunder. 

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