Ainda não são conhecidas as futuras capacidades efetivas do caça de sexta geração anunciado pelos Estados Unidos, já com a designação F-47. Porém, um efeito do anúncio da Casa Branca, nesta sexta-feira, 21 de março de 2025, já é sentido na prática: a Boeing volta a ser uma companhia com boas expectativas para o futuro. Só para desenvolver o F-47, a empresa receberá US$ 20 bilhões.
Com mais de 100 anos de história, a companhia norte-americana fez sucesso a tal ponto de o termo “Boeing” se tornar praticamente sinônimo de “avião”. Porém, neste momento, amarga a disparada da Airbus no mercado de aviação civil e uma série de problemas em projetos tanto civis quanto militares, como o 737, 777 e KC-46. Até o projeto de um veículo orbital para enviar astronautas ao espaço se tornou um fiasco, com dois deles ficando nove meses na Estação Espacial Internacional, precisando voltar em um veículo da SpaceX, concorrente no setor.
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Enquanto isso, com amplas vendas para a US Navy, mas exportações apenas para Austrália e Kuwait, o F-18E/F Super Hornet tem o fechamento da sua linha de montagem previsto para 2027. Já o F-15EX Strike Eagle II, último desenvolvimento do caça da década de 70, parece ter um futuro sólido adiante nas forças armadas dos EUA, mas limitado no exterior, com os aliados estrangeiros preferindo o Lockheed F-35 Lightning II, de quinta geração.
Agora, o desenvolvimento do F-47 é uma aposta alta. Será o primeiro caça desenvolvido pela Boeing desde o projeto do X-32, que perdeu a concorrência para o então X-35, que se tornaria o F-35 no âmbito do programa Joint Strike Fighter. Agora, selecionada para o Next Generation Air Dominance, a Boeing tem o desafio de partir das pranchetas em um novo projeto, algo que não faz há décadas. Seus bem-sucedidos F-15 e F-18 são projetos iniciados há mais de 50 anos, ambos ainda sob o nome de McDonnell Douglas, empresa incorporada pela Boeing em 1997.
A expectativa da Casa Branca é que, ainda que muito longe de um dia tentar cumprir sua missão de ser o principal caça de defesa aérea do mundo, e talvez sem sequer ser efetivamente o primeiro caça de sexta geração, o F-47 atue como motivador e salvação para a mais fabricante de aeronaves dos Estados Unidos. A expectativa é a de que os primeiros voos ocorram daqui a poucos anos, com a entrada inicial em operação até o fim da década – o que dá pouco mais de quatro anos.
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