Está perto do dia de a Força Aérea Brasileira (FAB) contar com caças F-39E Gripen no alerta de defesa aérea, tarefa que ocorre todos os dias, 24 horas, e atualmente está a cargo dos F-5EM Tiger II e A-29 Super Tucano. Isto porque foi concluída, nesta semana, a etapa de certificação de disparo com o canhão Mauser BK-27, de 27mm. Esta era a última etapa da certificação do F-39E Gripen.
“O tiro real do canhão do F-39 Gripen era o último passo para que a aeronave atingisse sua plena capacidade operacional. Com esse exercício concluído com sucesso, o Gripen passa a reunir todas as condições para cumprir o Alerta de Defesa Aérea do Brasil, uma missão estratégica, permanente e essencial para a proteção da nossa soberania”, afirmou o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes. Ele também ressaltou a importância do disparo real do míssil Meteor e da certificação do reabastecimento em voo com o KC-390.
O alerta de defesa aérea consiste em manter pelo menos uma aeronave preparada para decolagem. Se houver qualquer necessidade apontada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), há o acionamento para a interceptação. As ocorrências envolvem desde aeronaves com problemas de comunicação até aviões ou helicópteros envolvidos em crimes transfronteiriços, como tráfico de drogas. Historicamente, destacam-se ainda casos de interceptações de aeronaves militares, como em 1982, quando dois F-5E precisaram escoltar um bombardeiro britânico Avro Vulcan que se aproximava do Rio de Janeiro, com baixo combustível, após falhar no reabastecimento em voo após um ataque a posições argentinas durante a Guerra das Malvinas.

Disparo real
O disparo real do canhão de um F-39E Gripen brasileiro em um alvo aéreo ocorreu em 8 de dezembro, após meses de preparo. O responsável pelo primeiro tiro foi o Comandante do 1º GDA, Tenente-Coronel Aviador Ramon Lincoln Santos Fórneas, que descreveu o momento como histórico. “Participar desse marco na evolução operacional da defesa aérea brasileira é motivo de orgulho. E não apenas para mim, mas para todos os pilotos do GDA. Tive a honra de realizar o primeiro tiro, mas esse sentimento é coletivo: envolve pilotos, mantenedores, técnicos, equipes de armamento… toda a cadeia que trabalha para deixar o sistema Gripen pronto para operar”, afirmou o Oficial.
“O treinamento fluiu com precisão e segurança, e o canhão Mauser BK-27 impressionou pela estabilidade e pela cadência de tiro. A combinação da plataforma Gripen com esse armamento oferece uma solução de tiro extremamente confiável, com alta taxa de acertos mesmo em perfis de voo desafiadores. Sem dúvida, um passo importante para a doutrina de Defesa Aérea”, declarou o Major Aviador Felipe Braga Galvão de Souza, piloto do 1º GDA.
VEJA O VÍDEO:
O exercício teve como objetivos principais realizar o treinamento dos pilotos em missões de tiro aéreo e aprimorar a doutrina de emprego do canhão no F-39E. O alvo utilizado nos disparos foi rebocado por uma aeronave F-5EM do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA). Também houve a avaliação do F-39E em condição de Alerta de Defesa Aérea. Foi simulada a preparação das aeronaves até atingir o estado de prontidão, o tempo de reposicionamento após missão, incluindo o remuniciamento, e a efetividade do Gripen na detenção de alvos típicos do contexto de Defesa Aérea Brasileira.
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