AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

FAB irá reativar seus COMAR e comandos de Bases Aéreas

Embraer KC-390 junto ao Hangar do Zepelin na Base Aérea de Santa Cruz/RJ. Foto: Sgt Manfrim / Força Aérea Brasileira.

Depois de passar por uma reestruturação entre 2016 e 2018, a Força Aérea Brasileira mais uma vez irá modificar sua organização. A principal novidade é a reativação dos Comandos Aéreos Regionais (COMAR) e dos comandos de bases aéreas. E será criado um novo COMAR, com sede em Campo Grande (MS). As Alas, criadas na última reeestruturação, continuarão a existir. A conclusão para o novo processo de mudanças deve ocorrer até o fim de 2021.

De acordo com a Diretriz para o Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica – Projeto Piloto (DCA 19-5/2020) o processo já começou. A mudança começa no Rio de Janeiro e no Nordeste, e depois será replicada em outras regiões do país. O principal destaque será a criação do Comando Aéreo do Oeste (COMAR VIII), em Campo Grande (MS). Os demais receberão novos nomes, parecidos com as designações dos comandos regionais do Exército Brasileiro.

O COMAR I, em Belém (PA), será o Comando Aéreo Norte. O COMAR II, no Recife (PE), terá o nome de Comando Aéreo Nordeste. O COMAR III, do Rio de Janeiro (RJ), será o Comando Aéreo Leste. O COMAR IV, em São Paulo (SP), será o Comando Aéreo Sudeste. O COMAR V, em Canoas (RS), será o Comando Aéreo Sul. Em Brasília (DF), o COMAR VI terá o nome de Comando Aéreo Planalto. Manaus (AM) será a sede do Comando Aéreo Amazônico, o COMAR VII. E, como dito acima, Campo Grande (MS) foi selecionada para receber o Comando Aéreo do Oeste, o COMAR VIII. Todos devem ser comandados por um Oficial General, prefererencialmente Major-Brigadeiro do Ar (três estrelas).

De acordo com o Comando da Aeronáutica, nova mudança acontece para “resgatar a referência e a representatividade do Comando da Aeronáutica (COMAER) no nível regional, além da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações da FAB”. A reestruturação iniciada em 2016 havia estabelecido a criação das Alas e dos Grupamentos de Apoio (GAP), sendo as primeiras responsáveis pela parte operacional das unidades aéreas e também pela representação regional da instituição.

As Alas continuarão a existir, porém reforçadas pelos novos comandos das Bases Aéreas, que haviam sido descontinuados onde há uma Ala em operação. Pelo divulgado, na fase inicial se prevê que os GAPs serão incorporados às estruturas dos novos comandos das Bases Aéreas.

De acordo com a DCA 19-5/2020, o objetivo será adequar ainda mais as Alas à atividade operacional, com redução dos encargos administrativos. A proposta inicial é de que as Alas 2 (Anápolis), 8 (Manaus) e 10 (Natal) deverão ser comandadas por Brigadeiro do Ar. As Alas 1 (Brasília), 3 (Canoas), 4 (Santa Maria), 5 (Campo Grande), 11 (Galeão) e 12 (Santa Cruz) deverão ser comandadas por Coronel Aviador e as Alas 6 (Porto Velho), 7 (Boa Vista) e 9 (Manaus) poderão ser comandadas por Tenente-Coronel Aviador.

Um resultado prático será o aumento da hierarquia regional da Força Aérea Brasileira. Em Campo Grande (MS), por exemplo, até 2015 a autoridade máxima da instituição naquela cidade era um Coronel-Aviador, com subordinação ao então Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e ao então COMAR IV, localizados em Brasília (DF) e em São Paulo (SP), respectivamente. Com a reestruturação de 2016, a Ala 5 passou a ser comandada por um Brigadeiro do Ar.

Agora, com a nova mudança, a cidade terá um oficial-general de três estrelas para o Comando Aéreo Oeste e um Coronel-Aviador para a Ala. O mesmo ocorrerá em Manaus, com um oficial de duas estrelas para a Ala e um de três para Comando Aéreo. Em Anápolis e Natal continuará a haver a representação de um Brigadeiro de duas estrelas, porém reforçados por seus comandantes regionais de três estrelas, em Brasília (DF) e Recife (PE).

A nova mudança não significará alteração no efetivo. Porém, serão necessárias adaptações nas sedes. O projeto-piloto, a ser iniciado já em 2020, prevê que a antiga sede do COMAR III, que havia passado à administração do DECEA, voltará a ser a sede do COMAR III. Já o Comando da Ala 12 irá ceder seu prédio para o novo Comando da Base Aérea de Santa Cruz, que absorverá o GAP-SC. O documento não deixa claro se o comando da Ala 12 funcionará no mesmo local que o comando da BASC.

No Recife, o Comando do CINDACTA III, que havia ocupado o antigo prédio do comando da BARF, volta para o CINDACTA III, pois o comando da BARF será reativado, incoporando à sua estrutura o GAP-RF. Em Natal, o GAP-NT será incoporado à estrutura regimental do novo comando da BANT. Já o comando da Ala 10 permanecerá ativo no Setor Oeste daquela área militar.

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Redação

Comentários

  • Na boa, pra quem é ou já foi militar das Força Aérea Brasileira e até para quem nunca foi, essa nomes de de nomes não tem nada haver. Que saudades dos nomes das antigas Bases Aéreas e os Comar bem visíveis para todos. Dava um significado de respeito e moral.
    Hoje muitos não sabem aonde ficam ou significam essas Alas.

  • Operacionalidade zero. Gente muitas….. A busca por cadeiras não cessa…..Muito custo com pessoal e abobrinhas e poucos aviões e armamentos. O povo paga cada vez mais para ações de MKT puro. Tipo levar uma ambulância pra Manaus de avião …eu não caio nessa

    • Isso é só pra criar funções de oficiais generais.
      Na prática continua “ la memê chose.”

      • Parece aquele mágico de circo do interior, manipulando aquelas forminhas para vc descobrir onde está o feijão.
        Tantas bases mas cadê os aviões? Deixar meia dúzia em cada uma ou fazer um rodízio, ONDE ESTÃO OS CAÇAS?

        • Ricardo, a FAB têm 11 Esquadrões de Caça no momento: 1 Grupo de Aviação de Caça com 2 Esquadrões em Santa Cruz, no RJ, 1/14 Gav em Canoas-RS, 1 e 3/10 Gav em Santa Maria-RS, 1 GDA em Anápolis-GO, 1,2 e 3/3 Gavs em Boa Vista-RR, Porto Velho-RO e Campo Grande-MS, respectivamente, 1/4 Gav em Manaus-AM e 2/5 GAv , em Natal-RN. Em tempo: Uma Força Aérea não é feita só de aviação de caça! Ainda tem os Esquadrões de Transporte, Asas Rotativas, Patrulha e Reconhecimento. No Site da FAB você se infirmará melhor!

  • Matéria muito boa. Está equivocado o texto que cita a subordinação. As Alas permanecem subordinadas ao COMPREP. As Bases Aéreas e Comandos Aéreos a SEFA.

      • Base de desdobramentos. Para saltos da Brigada PQDT do EB. Sem unidade aérea. Mas lembre-se que lá temos a UNIFA, Universidade da Força Aérea, que ministra cursos de aperfeiçoamento a oficiais, como o ECEMAR, o Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica, além do HAAF, Hospital de Aeronáutica dos Afonsos e o MUSAL, Museu Aeroespacial. As Bases de Recife e Florianópolis estão com o mesmo status.

    • Não estou vendo essas “lambanças” , o STF, o Congresso, a União , Estados e Municípios por aí estão piores!!

  • Realmente a decisão anterior mostrou se pouco eficiente e agora sobram brigadeiros. Por outro lado, vemos pouca operacionalidade nas unidades e uma proposta para aumentar a burocracia. O brasileiro precisa observar como funciona bem em outros países e adaptar às necessidades do País e aprender a cortar burocracias que só atrapalham em missões de interesse nacional.

  • Mudanças! O engraçado é que só vejo a FAB com essas inovações. E o que é pior, não levam a lugar nenhum. O Exército e a Marinha estão aí, firmes e fortes.

    • Não Paulo, a FAB tem um Projeto chamado “FORÇA AÉREA 100” o qual tem como objetivo, em 2041, quando a Força fizer 100 anos, ter uma Arma mais enxuta e focada na atividades fim: Controlar,Defender e Integrar. Inclusive, abrindo mais vagas para Oficiais Temporários (8 Anos) nas áreas meio, diminuindo lá na frente a folha de pagto e pensões, já que esses não serão reserva remunerada. Além de outras mudanças. O que ocorre é que esta estrutura criada pode ter dado algum problema e o retorno dos COMAR seja melhor. Todas as mudanças no meio civil empresarial constam de análise e até retorno, já que a estrutura pode não ter dado a efetividade esperada. Enquanto isso , não vejo a Marinha diminuir seus quadros, tendo muita gente (75.000) para pouco navios e a maioria sediada no RJ. O EB é um pouco dificil visto sua presença na imensidão do nosso território.

  • Quando imaginamos que a coisa vai andar pra frente… damos passos largos para trás.

    Deve estar faltando lugar pra colocar colocar cacique, Um monte de caciques pra chefiarem um monte de cadeiras. Aeronaves mesmo, só diminuem.

  • Bem que eu falei , estavam desfigurado a nossa FAB , não ” sabendo ” bem com qual objetivo !!! Só sei de uma coisa , acabaram com a nossa Histórica DIRINT , deram um ” Presente de Grego ” para nós – um monte de GAP’s – e agora passam estes para uma espécie de Divisão nas Bases Aéreas ainda por cima , para nós ” Veteranos ” que residimos no Rio , transferiram as OM de Intendência para longe do Centro da Cidade e ainda estão colocando a PIPAR para os Afonsos , sem contar que já ouvi falar que desejam acabar com o Posto do Forte de Copacabana. É hora de terem mais respeito para com os que deram as suas vidas pela FAB.
    Por que não passam a SEFA para a direção de um Intendente , a CABW idem, as ” Bases Aéreas , TAMBÉM , pois BASE É APOIO ( GAP ) e a Força Aérea está nos Esquadrões Aéreos, e por aí vai. Agradeço terem dado algumas Missões do Exterior para a Intendência, mas é muito pouco para o que este Quadro representa para a FAB.
    Com todo respeito a nossa Organização ,
    Maj. Brig. Int. Ref . Denizart Lustosa Ribeiro // Ex- Diretor da DIRINT e ” Veterano da SEFA ” , tendo servido em Base Aérea, COMAR , CABE Diretorias e no EMFA.

  • O que importa é a capacidade operacional com o seu correspondente poder bélico. Poder de combate eficaz contra inimigos externos ou internos. Não adianta renomear as organizações se o poder bélico continua defasado.

  • Que saudade da nossa Base Aérea de Fortaleza, com parte administrativa e Operaçional , fui praça de 1962 e hoje já reformado, quanta saudade me faz.

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