AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

França testa míssil para ataque nuclear a mais de 500 km de distância

Rafale com míssil ASMPA. Foto: Armée de l'air et de l'espace

Com potência de 300 kilotons (a bomba que destruiu Hiroshima tinha 16), o míssil Air-Sol Moyenne Portée Amélioré-Rénové (ASMPA-R) é uma das principais armas da dissuasão nuclear francesa, contando com alcance que supera os 500 km, o suficiente para destruir cidades inteiras sem sequer precisar se preocupar com defesas antiaéreas. Essa capacidade foi testada nesta semana pelo país, quando um caça Rafale B fez um lançamento bem-sucedido de um ASMPA-R próximo à Biscarrosse, no Golfo de Biscaia. O míssil não estava com a ogiva.

Imagens do ASMPA-R foram divulgadas borradas. Foto: Armée de l’air et de l’espace

A versão ASMPA-R tem características ainda desconhecidas do grande público, sobretudo a respeito do seu alcance máximo, sistema de guiagem e de autodefesa. Várias imagens divulgadas pelas autoridades francesas trouxeram o míssil borrado, de forma a não revelar alguns aspectos da sua estrutura. Em linhas gerais, porém, deve-se manter pequeno o bastante para continuar a ser opção como leque de armamentos dos caças Rafale, onde é levado na estação central, abaixo da fuselagem.   

O lançamento ocorreu no contexto de um exercício, em que, apoiado por outros caças e por um reabastecedor A330 Phénix, o Rafale B com o ASMPA-R fez uma incursão em um território inimigo simulado, onde havia tanto sistemas de defesa aérea quanto a oposição de outros caças. A aeronave lançadora conseguiu se posicionar e fazer o disparo da arma, o que também atestou a efetiva operacionalidade dessa nova versão do ASMPA, em serviço com a França desde 1986, tendo sido utilizado pelos Mirage IV, Mirage 2000N e Super Étendard.

Lançamento é, ao mesmo tempo, um treinamento e uma demonstração de força. Foto: Armée de l’air et de l’espace

Apesar de autoridades francesas terem declarado publicado que o lançamento estava previsto há muito tempo, como base tanto no desenvolvimento do ASMPA-R quanto no cronograma dos treinamentos da forças de dissuasão nuclear, o fato gerou uma elevação das tensões com a Rússia e com outros países que estão estrategicamente em polos opostos à França. O AMSPA-R já havia sido testado em dezembro de 2021 e em março de 2022. 

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