AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Gol, Latam e Azul perderam 15,7 bilhões em 6 meses

SÃO PAULO, SP - 04/07/2019 - Airbus A320 da LATAM Brasil decolando do Aeroporto de Congonhas (CGH/SBSP).Foto: Ariadne Barroso

As três empresas aéreas brasileiras com mais participação de mercado — Gol, Latam e Azul — tiveram prejuízo de R$ 15,7 bilhões nos seis primeiros meses de 2020. Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O resultado é equivalente a uma margem líquida negativa de 129,6%, ante prejuízo líquido de R$ 107,2 milhões registrado no mesmo período de 2019.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus gerou impactos significativos nos resultados da indústria. Na comparação dos dados do mercado doméstico do 2º trimestre deste ano com o mesmo período de 2019, por exemplo, houve redução de 90% na demanda por transporte aéreo (RPK), de 88% na oferta de transporte aéreo (ASK) e de 91% na quantidade de passageiros pagos transportados.

A forte retração do modal aéreo decorrente da crise sanitária provocou mudança na composição das receitas e dos custos das empresas aéreas. Principal fonte de receitas dos serviços aéreos, o valor obtido pelas companhias com a venda de bilhetes aéreos passou de 86,3% das receitas de serviços aéreos no 2º trimestre do ano passado para 51,8% no mesmo período deste ano. As receitas de carga e mala postal também apresentaram redução no mesmo período apurado, de 33,3%. Entretanto, no 2º trimestre, a representatividade das receitas obtidas por esses serviços passou de 4,7%, em 2019, para 27%.

Em relação aos custos operacionais do transporte aéreo, com a redução de voos operados no 2º trimestre do ano, houve uma queda expressiva da representatividade do combustível e de pessoal. Esses indicadores representaram 5,4% e 6,7%, respectivamente, dos custos e despesas dos serviços aéreos públicos, o que corresponde à redução de 90,6% e 78,5% em relação ao mesmo período de 2019. No 2º trimestre do ano passado, esses custos representaram 29,6% e 16,1%, respectivamente.

Retomada

Em setembro, mais de 3,05 milhões de passageiros voaram pelo país. O número representa um aumento de 850 mil passageiros em relação ao que foi registrado no mês anterior, quando foram embarcados cerca de 2,2 milhões de pessoas. Entretanto, na comparação com setembro do ano passado, a redução é de 61% no número de passageiros pagos transportados. No acumulado do ano, o transporte aéreo brasileiro acumula retração de 56% no mesmo indicador.

A demanda doméstica de passageiros pagos transportados (RPK) e a oferta de assentos-quilômetros (ASK) apresentaram redução de 55,2% e 54,5%, respectivamente, em setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2019. No acumulado deste ano, o RPK possui retração de 53,3% e a ASK tem variação negativa de 51,4%. No mês anterior, a queda nos indicadores havia sido de 67,5% (RPK) e 64,6% (ASK).

A taxa de aproveitamento de aeronaves no mercado doméstico foi de 80,4% em setembro deste ano, o que representou redução de 1,6% em relação ao apurado no mesmo período de 2019. Nos nove primeiros meses de 2020, o indicador soma 79,3%, valor 3,8% menor do que registrado no mesmo período do ano passado. Por outro lado, a taxa de aproveitamento de aeronave teve aumento em setembro na comparação com o mês de agosto, quando houve registro de 75,8%.

O transporte de carga no mercado doméstico apresentou queda de 24,3% em setembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2019. O volume de carga transportada no mês foi de 27.324 toneladas. No acumulado do ano, na comparação com igual período do ano passado, a retração no transporte de carga é de 32%.

Mercado Internacional

Afetado principalmente pelo fechamento de algumas fronteiras, aliado a forte redução da oferta de voos a partir de março deste ano por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o mercado internacional, no mês de setembro, apresentou retração na demanda de passageiros pagos transportados e na oferta de voos, da ordem de 90,7% e 79,5%, respectivamente. Nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2019, a demanda acumula queda de 67,2% enquanto a oferta teve prejuízo de 60,4%.

De janeiro a setembro deste ano, foram transportados 5,9 mi de passageiros no mercado internacional. Na comparação com igual período do ano passado, houve retração de 68% no indicador. Em setembro, o aproveitamento de aeronaves foi de 39,2%. Nesse mesmo período de 2019, a taxa de ocupação das aeronaves foi de 86,2%. No acumulado dos noves primeiros meses do ano, o indicador possui retração de 17,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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