AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Índia quer vender caças para a Argentina

HAL Tejas. Foto: Ministério da Defesa da Índia

Apesar de o governo da Argentina ter anunciado sua seleção por caças norte-americanos F-16 usados pela força aérea da Dinamarca, em detrimento ao sino-paquistanês JF-17 Thunder, a Índia parece disposta a se meter no negócio e oferece a venda do jato HAL Tejas. Seriam 18 unidades, tendo como principal vantagem se tratarem aeronaves novas, ao contrário dos F-16, que chegariam com apenas dez anos de vida útil pela frente.

No início do mês, o embaixador da Índia em Buenos Aires encontrou o chefe do Estado-Maior da Fuerza Aérea Argentina. O serviço diplomático indiano confirmou o tema da reunião: a possível venda de caças e de helicópteros da Hindustan Aeronautics Limited (HAL).

HAL Tejas da Força Aérea da Índia Foto: Força Aérea da Índia

Não foi a primeira tentativa. No ano passado, o então ministro da defesa argentino, Jorge Taiana, esteve em Nova Délhi e assinou um acordo de cooperação com a HAL. O foco era a produção conjunta do HAL Light Utility Helicopter (LUH) e do Advanced Light Helicopter (ALH). A visita incluiu uma passagem pela fábrica onde o Tejas é fabricado.

A Índia oferece à Argentina a versão Tejas Mk 1A, equipada com o radar AESA Uttam e sistemas de guerra eletrônica melhorados. Mantém-se a velocidade máxima de Mach 1.6, alcance de 1.850 km e carga bélica máxima de 5.300 kg, sendo usado um motor norte-americano General Electric F404. O maior empecilho é que até agora não ocorreu nenhuma exportação do Tejas e a própria indústria indiana tem pouca tradição na América do Sul.

Por outro lado, sem nenhum caça supersônico na sua frota desde a aposentadoria dos Mirage, no fim de 2015, a Fuerza Aérea Argentina está há anos tentando qualquer aquisição para que volte a ter jatos de alto desempenho. Neste sentido, o Tejas, o F-16 ou o JF-17 cumprem com a missão. O problema dos F-16 usados pela Dinamarca, cuja aquisição está próxima de ser assinada, é o fato de serem aeronaves dos anos 80 e com sistemas eletrônicos abaixo dos concorrentes atuais. A Turquia recusou a oferta da Dinamarca pelos mesmos jatos.

F-16 da Real Força Aérea da Dinamarca. Foto: Paul Nelhams

Historicamente, nem governos mais à esquerda nem à direita têm feito muito pelo reequipamento das forças armadas argentinas nas últimas décadas. Entre liberais, conservadores, peronistas, democráticos ou mesmo ditadores, o fato é que o país vizinho não recebe novos caças supersônicos desde o início dos anos 70. Atrasos, cancelamentos e negociações pouco produtivas têm marcado as dificuldades para a operação de novos jatos supersônicos – a Argentina hoje está limitada a um punhado de A-4AR Fightinghawk, todos subsônicos.

A possibilidade de depender da compra de caças usados de potências ocidentais assusta parte dos militares argentinos. O último governo de direita, de Maurício Macri, teve como grande investimento na área a compra de cinco Super Étendard Modernisés da França. As aeronaves chegaram a ser disputadas entre a marinha e a força aérea, mas efetivamente nunca voaram e, em 2023, o governo decidiu desistir da tentativa de torná-las operacionais por conta da falta de suprimentos.

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