Continua a crescer a tensão na região da Caxemira, área disputada na fronteira da Índia com o Paquistão. Na tarde desta sexta-feira (início da manhã no Brasil), mais um caça MiG-21 Bison caiu. Dessa vez, o governo indiano afirma se tratar de um acidente durante uma “missão de rotina”.
Os destroços da aeronave foram encontrados próximo da cidade de Bikaner, a cerca de 100 km da fronteira. Segundo comunicado da Força Aérea da Índia, o piloto ejetou e está bem. Há suspeitas de que tenha havido colisão com um pássaro.
Introduzido na Força Aérea da Índia em 1964, o MiG-21 foi o primeiro caça supersônico daquele país, que produziu mais de 1.200 unidades localmente. Apesar da boa fama conquistada entre os pilotos, sobretudo durante as guerras contra o Paquistão em 1965 e 1971, o avião tem um histórico de acidentes. Desde 1970 mais de 170 pilotos morreram, com a perda de quase 400 aeronaves. Só de 2010 para cá, foram pelo menos 14 casos. A ingestão de pássaros é recorrente.
A história dos MiG-21 na Índia está próxima do fim. Hoje, há cerca de 110 unidades operacionais, todas da versão Bison, que passou por uma ampla modernização para incluir uma mira montada no capacete semelhante à dos MiG-29, capacidade de disparar mísseis R-73 Archer e R-77 Adder e um assento ejetável mais avançado.
A Índia afirma que nos combates aéreos ocorridos no fim de fevereiro, um dos seus MiG-21 Bison abateu um F-16D da Força Aérea do Paquistão. Ainda que as forças rivais não tenham confirmado o feito, o fato entrou na história por ser uma comprovação de como uma aeronave antiga, mas bem equipada, pode vir a superar um jato de uma geração bem mais recente.
Ainda assim, todos devem ser aposentados entre 2021 e 2022.