AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Novo Incidente Aéreo entre Pequim e Washington no Mar da China

Da Redação

 

Segundo a USNI News (https://news.usni.org), orgão de notícias do US Naval Institute, o governo chinês fez uma acusação formal de que um avião de vigilância da Marinha norte-americana (USN, US Navy) manobrou de “modo não seguro” ao ser interceptado por caças chineses no último domingo, 23 de julho. O protesto foi feito na terça, dia 25, tanto pelas Forças Armadas chinesas quanto pelo Ministério de Relações Exteriores, e ambos os comunicados acusavam pelas ações a tripulação de uma aeronave de Inteligência Eletrônica de Sinais (Sigint) EP-3E Aries II, que no incidente de domingo estava operando ao largo da costa chinesa, no Mar Oriental da China.

Nas palavras do porta-voz do Ministério chinês, Lu Kang, “embarcações e aeronaves norte-americanas há muito vem conduzindo frequentes atividades de vigilância muito próximo das águas costeiras da China, o que significa uma grande ameaça à segurança do espaço aéreo e marítimo da China. (…) A China exige que os Estados Unidos parem imediatamente todas estas atividades próximas de vigilância, para que se evite a repetição deste incidente”.

No incidente, o mais recente de vários que vem ocorrendo do tipo, naquela região, o EP-3E foi interceptado por dois caças Chengdu J-10, que se aproximaram por trás do avião de vigilância, a cerca de 150km/sul de Qingdao, base-sede da Frota do Norte da Marinha chinesa. Segundo fontes não reveladas pela USNI News, os caças teriam chegado a parcos 80m (!) do EP-3E, e não teriam respondido à tentativas deste de se comunicar por rádio. Num comunicado oficial emitido pela Frota do Pacífico da USN, foi dito que “o EP-3E da Marinha dos Estados Unidos estava numa missão de rotina, operando de acordo com as leis internacionais”.

Entre os incidentes recentes mais famosos envolvendo aeronaves militares chinesas e norte-americanas está exatamente um outro envolvendo a mesma plataforma de Sigint, o EP-3E Aries II. Em 1º de abril de 2001, um aparelho destes, voando a cerca de 110km da ilha de Hainan, foi interceptado por um caça J-8-II e houve uma colisão aérea entre as duas aeronaves, com a perda do jato chinês (e morte de seu piloto), e o EP-3E sendo forçado a um pouso de emergência em Hainan, onde sua tripulação de 24 membros foi detida, passando por interrogatórios pelas autoridades chinesas, antes de serem liberados – assim como a aeronave.

E mais recentemente, em 19 de agosto de 2014, um caça chinês J-11 se aproximou a menos de dez metros (!) de um avião de patrulha marítima P-8A Poseidon norte-americano, também na área de Hainan. No que foi entendido pela tripulação da USN como uma ameaça direta e exibição de armas, o J-11BH cruzou à frente do nariz do Poseidon e, estando um pouco acima deste, fez um tunneau barril praticamente sobre a fuselagem do avião norte-americano.

Estes e diversos outros incidentes refletem uma escalada de tensão na região, entre a China e os Estados Unidos. Recentemente, o governo de Pequim decretou o Mar Oriental da China como “Zona de Identificação para Defesa Aérea”, na qual qualquer aeronave seria obrigada a se comunicar com o controle de tráfego aéreo chinês e as autoridades militares, e declarar as intenções de seu voo. Os Estados Unidos, entretanto, não reconhecem a legitimidade desta Zona, considerando a área como “espaço aéreo internacional sem restrições”, e assim sem necessidade de que suas aeronaves façam qualquer contato prévio com o controle aéreo ou a defesa chinesa.

Legendas:

Caças J-10 chineses, similares aos envolvidos no mais recente incidente com uma aeronave militar norte-americana no Mar da China.

Um avião de Inteligência de Sinais (Sigint) Lockheed-Martin EP-3E Aries II, da US Navy.

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