AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

O fim do A380!

Airbus A380 da Emirates
A maior operadora do A380 foi também a que definiu o seu fim

Durou pouco. O Airbus A380, maior aeronave de transporte de passageiros atualmente em operação no planeta, vai encerrar sua produção. A empresa anunciou que as últimas unidades devem ser entregues em 2021. O principal motivo foi a falta de sucesso nas vendas.

Tendo voado pela primeira vez em 27 de abril de 2005 e entrado em serviço em 25 de outubro de 2007, o Airbus A380 enfrentou atrasos nas primeiras entregas e um incidente de falha de motor em um avião da companhia australiana Qantas. O avião também sofreu com regras específicas de controle de tráfego aéreo, com maior separação no ar, e também com a infraestrutura aeroportuária.

Um A380 ao lado de um Boeing 737 e de jato executivo

No Brasil, em 2007, 2012 e 2014 aconteceram voos para Guarulhos e Galeão, porém as operações regulares só começaram em março de 2017, na rota São Paulo – Dubai. Até 2018, somente Guarulhos, Galeão e Curitiba podiam receber o jato. Depois, a ANAC liberou os voos para Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cabo Frio, Campinas, Fortaleza, Manaus, Petrolina, Porto Alegre, Recife e Salvador. Porém, só SP opera a aeronave regularmente.

O golpe final no A380 veio da maior operadora da aeronave: a Emirates. A Airbus anunciou que a companhia resolveu reduzir a encomenda de 162 para 123 aeronaves. Hoje, já são 109 voando pela empresa, praticamente a metade da frota mundial.

No ano 2000, a Airbus estimou um mercado de mais de 1.200 aeronaves com mais de 400 assentos até 2019. A realidade foi mais dura: somente 313 foram encomendados, dos quais 234 entraram em serviço. Air France (10 unidades), Asiana Airlines (6), British Airways (12), China Southern Airlines (5), Emirantes (109), Etihad (10), Korean Air (10), Lufthansa (14), Malaysia Airlins (6), Qantas (12), Qatar Airways (10), Singapore Airlines (24) e Thai Airways (6) são as únicas empresas operadoras.

Somente mais 17 aviões serão produzidos nos próximos dois anos, os 14 restantes para a Emirates e apenas três para a companhia japonesa ANA. Será mantido o suporte para os atuais operadores.

Bar a bordo do A380 da Emirates

“O anúncio é doloroso para nós e para a comunidade de operadores de A380 ao redor do mundo. O avião não é só um marco da engenharia e um feito industrial: os passageiros amam voar nessa grande aeronave”, afirmou o CEO da Airbus, Tom Enders. “A decisão está amplamente relacionada aos nossos resultados de 2018”, completou.

A fabricante de aeronaves, contudo, não parece estar plenamente insatisfeita. A própria Emirates decidiu desistir de 39 Airbus A380, mas ao mesmo tempo encomendou 40 A330-900 e 30 A350-900, projetos mais modernos, caracterizados por uma melhor relação custo-benefício.

O A380 foi projetado para transportar até 853 passageiros, mas as companhias preferem configurações com pouco mais de 500 passageiros, investindo em suntuosas instalações para a primeira classe. O avião tem 72,72 metros de comprimento e 79,75 metros de uma ponta a outra da asa. A altura é de 24,09 metros, equivalente a um prédio de 8 andares. Só de asa, são 845m² de área.

O avião tem um peso máximo de colagem de 575 toneladas, sendo 253 só de combustível para quatro motores. Mesmo com todo esse peso, a velocidade máxima é de 945 km/h. Normalmente, os voos são feitos a uma velocidade de cruzeiro de 903 km/h. O alcance chega a 14.800 km.

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