AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Paraguai inicia recebimento do Super Tucano

A-29 Super Tucano do Paraguai. Foto: Fuerza Aérea Paraguaya

Uma comitiva de militares da Fuerza Aérea Paraguaya já está na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP) para iniciar o processo de recebimento das aeronaves A-29 Super Tucano.

Chama a atenção a velocidade: o contrato foi anunciado em julho do ano passado, porém, a confirmação ocorreu só em novembro, após aprovação legislativa.

De acordo com a Fuerza Aérea Paraguaya, o processo de aceitação inclui voos de testes e verificação das publicações técnicas. A entrega ao país vizinho deve ocorrer “em poucas semanas”.

A-29 do Paraguai ainda com matrícula civil brasileira. Foto: Fuerza Aérea Paraguaya

A compra, avaliada em cerca de R$ 600 milhões, tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O contrato foi assinado em novembro, durante a Cúpula de Líderes do G20.

Desde 2015, o Paraguai avaliava a compra do Super Tucano. A aquisição faz parte de um plano de investimentos nas forças armadas que deve incluir a aquisição de radares.

Busca de doutrina

Em novembro, a Fuerza Aérea Paraguaya participou do exercício operacional CRUZEX, realizado pela Força Aérea Brasileira, com três AT-27 Tucano, atualmente seus vetores dedicados às missões a serem desempenhadas pelos futuros A-29.

Na CRUZEX, além de terem a oportunidade de voar ao lado dos A-29 do Brasil, KT-1P do Peru e dos quatro IA-63 da Argentina, os militares paraguaios participam de todo o ciclo de planejamento e avaliação de missões, realizadas conforme os mais
modernos padrões internacionais.

Tucano do Paraguai (à esquerda) e Super Tucano do Brasil durante o media flight da CRUZEX 2024. Foto: Muller Marin

Em 2006, 2008 e 2010, a Fuerza Aérea Paraguaya já havia participado como observadora. Nos últimos 20 anos também ocorreram três edições do exercício PARBRA, uma interação com a Força Aérea Brasileira para fortalecer a capacidade de vigilância de fronteira contra aeronaves em voos irregulares.

Com experiência em combates aéreos desde os anos 20, na Guerra do Chaco, a Fuerza Aérea Paraguaya desativou seus últimos AT-26 Xavantes em 2004. O poder aéreo do país hoje se limita a meia dúzia de turboélices Tucano, usados tanto para treinamento quanto para ataque e na tentativa de coibir os voos ilegais realizados por criminosos na região.

A ida à CRUZEX representou a busca por uma evolução operacional vivenciada há alguns anos pelo Uruguai que, com os já antiquados IA-58 Pucará e A-37B Dragonfly, participaram de cinco edições da CRUZEX e agora também se preparam para receber seus A-29 Super Tucano.

NOVA EDIÇÃO DA ASAS

Carrinho