Oficialmente, a frota de caças de ataque F-117 Nighthawk da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) foi aposentada em 2008. Porém, fotos de Dan Stijovich, feitas em 26 e 27 de fevereiro, mostraram um desses aviões em voo sobre o Death Valley National Park, nos Estados Unidos. Foi a deixa para a revista holandesa Scramble divulgar que em 2017 pelo menos quatro F-117 teriam sido enviados ao Oriente Médio, possivelmente para atuar sobre a Síria.
Sobrevoos de F-117 já eram conhecidos do público, pois oficialmente a USAF não havia acabado de vez com a frota. Das 64 unidades construídas, quatro dos cinco protótipos estão em museus, uma foi desmontada e uma foi abatida sobre a Sérvia em 1999, com seus restos hoje expostos em Belgrado.
O restante foi colocada na chamada “Type 1000 storage”. Isso quer dizer que as aeronaves devem ser mantidas inteiras, sem a retirada das peças, para um eventual retorno ao serviço ativo. No fim de 2016, o planejamento orçamentário do Pentágono indicava que a cada ano quatro F-117 seriam efetivamente “desmilitarizados”.
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A realidade, porém, foi diferente. Os quatro F-117 teriam atuado no Oriente Médio com bombas GBU-39, chamadas de “Samll Diameter Bombs”. Cada uma pesa 100 kg e tem um sistema de guiagem que combina radar, laser, GPS e navegação inercial. Seu projeto foca na destruição de alvos móveis, como veículos. A operação dos F-117, até por conta da idade, não teria sido fácil: uma das aeronaves teria passado por uma emergência e pousado em um aeródromo diferente, o que deve ter gerado um grande trabalho das equipes de contra-inteligência.
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Se realidade, a USAF ter levado quatro F-117 emergencialmente para o cenário do Oriente Médio acaba sendo uma má notícia para o F-22 e F-35, caças invisíveis atuais que em teoria não deveriam dever em nada às capacidades do F-117. Só em 22 de maio de 2018 que o F-35 teria o seu batismo de fogo, com aeronaves israelenses tendo voado sobre Beirute, um cenário menos complexo que o da Síria. Em setembro do mesmo ano, um único F-35B dos Fuzileiros dos EUA atacaram um alvo no Afeganistão, também com defesas bem menos ameaçadoras do que é encontrado na Síria.
Diferentemente do F-35 e do F-22, o F-117 não é supersônico nem tem capacidade de se defender contra ameaças ar-ar. A tecnologia a bordo também é bem mais ortodoxa: as aeronaves entraram em serviço em 1983. O batismo de fogo aconteceu no Panamá, em 1989. Na Guerra do Golfo, em 1991, foram 1.300 missões em 6.905 horas de voo, com os F-117 tendo atacado 40% dos alvos estratégicos apesar de terem voado apenas 2,5% das missões.
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A boa fama do F-117, contudo, foi profundamente abalada em 27 de março de 1999 quando um deles foi abatido por um míssil S-125 Neva (SA-3 Goa). O piloto ejetou e foi resgatado, mas os destroços foram capturados e estudados por forças sérvias e russas. Um segundo F-117 teria sido atingido três dias depois, mas teria conseguido retornar à base.
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