No filme “Top Gun”, o herói Maverick “tira onda” com uma aeronave inimiga ao fazer um voo invertido sobre um assustado piloto do fictício “MiG-28” (na verdade, um F-5). A frase “Because I was inverted” virou um verdadeiro meme para aficionados por aviação militar, sendo visto em sites, adesivos e até camisetas.
Fora da ficção, porém, coube a um piloto russo assustar seus rivais com uma manobra do tipo. No lugar do F-14, quem fez a manobra foi um Sukhoi Su-35S Flanker. E quem se assustou foi a tripulação de um patrulheiro P-8A Poseidon da US Navy, que não contou com “Maverick” para salvar o dia.
Aconteceu de verdade. Foi no dia 15 de abril de 2020. Um P-8A Poseidon destacado para operações de monitoramento no Mediterrâneo voava em águas internacionais, próximo à costa da Síria, quando foi interceptado por um Su-35S do contingente russo da base aérea de Khmeimim, na Síria.
Ao todo, a interceptação durou longos 42 minutos, mas o piloto russo fez mais do que acontece normalmente nessas ocasiões. Em alta velocidade, fez a manobra invertida a uma distância de aproximadamente 7 metros e meio do patrulheiro norte-americano. A tripulação do P-8A acabou sofrendo uma turbulência causada pelo jato russo. A própria US Navy confirmou a manobra.
Em comunicado oficial, a US Navy não poupou críticas à conduta do oficial da Rússia, tendo utilizado palavras como “irresponsável”, “arriscado” e “inseguro”. Para a US Navy, houve um efetivo risco para a tripulação do P-8A, variante militar do Boeing 737 equipada com sistemas de patrulha, reconhecimento, inteligência e busca a submarinos.
A US Navy ressaltou que o encontro aconteceu em espaço aéreo internacional e invocou até o acordo de 1972 sobre prevenção de incidentes no alto mar. Infelizmente, nenhum dos dois lados liberou fotos da interceptação tão falada.
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Seria a imagem do século.