AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Três anos após chegada, Gripen passa por avaliação de uso no clima brasileiro

Foto: Saab

Pouco mais de três anos após a chegada do primeiro caça F-39 Gripen ao território brasileiro, a Saab anunciou ter iniciado uma campanha de ensaio em voo de clima quente. Desenvolvido na Suécia, o caça ainda está em fase de adaptação no Brasil, onde enfrenta temperaturas bem mais elevadas, uma situação agravada nas últimas semanas com a onda de calor registrada no país.

A aeronave com matrícula 4100, ainda utilizada pelas equipes da Saab e da Embraer em testes, foi enviada para Anápolis (GO) para enfrentar situações climáticas longe das registradas na Suécia. A cidade goiana tem apresentado temperaturas acima dos 35ºC e baixa umidade, além de estar localizada a mais de 1.000 metros acima do nível do mar, um desafio a mais para os padrões operacionais. A cidade goiana também é a casa do 1º Grupo de Defesa Aérea, única unidade da FAB até o momento a operar o F-39. 

A operação em um clima mais quente e em pistas de pouso em altitudes elevadas deve teoricamente deve resultar, por exemplo, em um desempenho de pousos e decolagens abaixo do encontrado na Suécia. Características gerais de voo e mesmo de peso máximo de decolagem podem apresentar modificações frente ao encontrado no país nórdico. Por lá, mesmo a região de planaltos, chamada de Sydsvenska höglandet, fica a menos de 400 metros acima do nível do mar. Já as temperaturas só passam dos 30ºC durante os meses de verão, e em condições específicas. Em teoria, sistemas eletrônicos também podem apresentar variação de desempenho.

Foto: Saab

Em comunicado à imprensa, a Saab informou que a atual campanha de testes em clima quente tem o objetivo de “validar, em uma situação real, os cálculos preditivos dos engenheiros”. Durante três dias, o piloto de testes da Saab Jonas Jakobsson decolou com o Gripen à uma temperatura média de 32ºC e realizou um percurso de aproximadamente 1 hora. Os resultados serão usados para validar que a aeronave pode operar em clima quente, conforme exigido no Brasil. A empresa classificou os testes como positivos.

A Saab não informou se os testes foram previamente programados nem se houve alguma queixa a respeito dos sistemas eletrônicos ou apenas de padrões de voo. Também não foi informado se alguma situação afeta as aeronaves já entregues ao serviço operacional da Força Aérea Brasileira, todas atualmente baseadas em Anápolis. Até o momento, não há registros de operações na região amazônica, onde há elevada umidade, nem no litoral nordestino, localidade de alta salinidade e calor.

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