AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Ataques do Hamas mostram limites do sistema Iron Dome

Sistema Iron Dome em serviço durante os ataques de Maio de 2021. Foto: Amit Agronov

Ativado em 2011, o sistema anti aéreo israelense Iron Dome foi, por mais de dez anos, sinônimo de defesa aérea eficiente, capaz de destruir até 90% das ameaças inimigas, mais notadamente os foguetes não guiados disparados pelo Hamas contra Israel. O dia 7 de outubro de 2023, porém, ficará marcado como a ocasião em que os limites do sistema foram conhecidos – e isso deve acelerar a sua substituição.

Naquele dia, além do envio de terroristas armados, o Hamas realizou o disparo de 2.500 foguetes, segundo as fontes oficiais israelenses. De acordo com o próprio Hamas, teriam sido 5.000 foguetes. Isso é bem acima do registrado anteriormente: durante os atritos registrados em maio de 2021, o ápice de lançamentos chegou a 470 em um único dia. De todo modo, o limite da efetividade foi encontrado – e ambos os lados podem estimar em quantos alvos simultâneos.

Analistas internacionais ligados a entidades como o Modern War Institute apontam que simplesmente não houve disponibilidade de mísseis suficientes para contrapor a ameaça – cada estação de tiro contém 20 mísseis guiados por radar e disparados após o Iron Dome identificar que a ameaça se dirige a uma zona ocupada. O número de foguetes que atingiram alvos em Israel em 7 de outubro não é confirmado, mas contribuíram tanto para o aumento no número de vítimas quanto para reforçar a importância de modernizar o Iron Dome.

Apesar de já ter até desenvolvido uma versão para uso naval e ter ampliado o alcance dos mísseis Tamir para atuarem em um escopo de 4km a 70km, o governo israelense já teria conhecimento de que o Iron Dome tem um ponto de saturação. No dia 7 de outubro, porém, o próprio Hamas teria conhecido qual é esse ponto, o que causa um risco estratégico para a defesa de Israel.

Além disso, dada a capacidade de inimigos subirem o número de foguetes para uma escala de milhares, Israel se vê também diante de um problema econômico: uma única salva de foguetes pode levar ao dispêndio de dezenas de milhares ou até milhões de dólares em mísseis interceptadores. A saturação, portanto, ficaria além do campo operacional, chegando ao financeiro.

A solução mais provável até o momento é o sistema Iron Beam, que se baseia na criação de um feixe de laser com alta concentração de energia. A Rafael Advanced Defense Systems, a mesma empresa que desenvolveu o Iron Dome, já realizou testes bem sucedidos e promete a entrada em serviço do Iron Beam em 2025, inicialmente como complemento ao seu antecessor.

Teste do Iron Beam. Foto: Rafael Advanced Defense Systems

Entre as principais vantagens, estaria o custo por disparo, a simplificação técnica frente ao uso de mísseis guiados e a possibilidade de atacar múltiplos alvos sem a limitação da quantidade de armas disponíveis em cada lançador. A precisão também deve ser maior, com o fim de problemas como turbulência e impactos não programados.

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