O presidente da Argentina, Alberto Fernándes, vai à China neste sábado, 14 de outubro, poucos dias após receber dos Estados Unidos a autorização inédita para comprar caças F-16, de fabricação norte-americana. A viagem pode representar uma decisão final sobre a compra de novas aeronaves de combate, que também tem como principal concorrente o JF-17 Thunder, oferecido pela China em parceria com o Paquistão.
Há duas vantagens claras na oferta chinesa. A primeira é a de que se tratam de JF-17 novos, a serem entregues pelos fabricantes. Já a autorização dos EUA é para que a Argentina compre até 24 caças F-16 usados pela Dinamarca. São aeronaves com mais de 30 anos de uso e vida útil restante em somente mais uma década. A Turquia, por exemplo, chegou a avaliar esses aviões e recusá-los.

Outra questão ainda reside na própria autorização. Com a compra do F-16, os argentinos ficariam dependentes de luz verde dos Estados Unidos para cada nova compra de armamentos ou mesmo de novos lotes da aeronave. Já a parceria China-Paquistão oferece independência tanto no pacote de armamentos quanto para compras adicionais.
Por fim, os Estados Unidos se comprometeram a facilitar o financiamento de 40 milhões de dólares, valor suficiente para compra de parte do pacote oferecido pelo governo da Dinamarca. Porém, a China tem uma proposta bem maior: a própria ida do presidente argentino ao país envolve a possibilidade de acordos referentes ao projeto da “Nova Rota da Seda”, uma iniciativa da China de investimentos internacionais que tem sido comparada ao “Plano Marshall”, desenvolvido pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

Argentina avalia JF-17 há dez anos
O governo argentino anunciou o interesse pelo JF-17 ainda em 2013, quando seus Mirage estavam no fim da vida operativa. A primeira visita de uma comitiva à China para tratar do tema ocorreu em 2015. De lá para cá, tem crescido o interesse pelo caça, até agora em serviço na Nigéria, Mianmar e Paquistão, mas não adotado pela China.
Em 2021, o governo de Buenos Aires chegou a prever 664 milhões de dólares no orçamento do ano seguinte para a compra de caças JF-17. Contudo, à época, o próprio Ministério informou que o projeto ainda estava em avaliação e que sequer havia uma decisão sobre o modelo a ser adquirido. Seriam doze caças, além de peças extras e mudanças de infraestrutura em uma base aérea.
Porém, o interesse no JF-17 continua. No ano passado, duas comitivas do Estado-Maior das Forças Armadas da Argentina foram até o Paquistão para conhecer a operação do caça e sua linha de montagem. O foco específico é pela versão Block III, com radar AESA e mira no capacete. O Paquistão, que opera o F-16, garante que são aeronaves equivalentes, porém com o JF-17 tendo vantagem por conta dos eletrônicos mais atualizados.
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