Em 2019, um total de 257 pessoas morreram em oito acidentes fatais envolvendo aeronaves comerciais. Outros 78 acidentes aconteceram, mas sem perda de vidas. O dado é da consultoria holandesa To70 e inclui apenas ocorrências com companhias aéreas de transporte de passageiros, sem contar aeronaves particulares, executivas, de táxi-aéreo, militares ou em outros tipos de atividades.
O maior acidente de 2019 ocorreu em 10 de março, com um Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines: 157 pessoas morreram naquele dia. Em segundo lugar está o acidente com Sukhoi Superjet 100 da Aeroflot, em 5 de maio, quando 41 dos 73 ocupantes perderam a vida após um incêndio a bordo. A tripulação conseguiu pousar o avião em Moscou e evitar um número maior de vítimas fatais.
O número de fatalidades em 2019 poderia ser maior. Já em 27 de dezembro, um Fokker 100 da Bek Air se acidentou durante a decolagem do aeroporto de Almaty, no Cazaquistão. Dos 98 ocupantes, 12 foram vítimas fatais. Ainda há feridos internados em estado grave.
Apesar do elevado número de vítimas, os números são considerados positivos. Em 2018 ocorreram 160 acidentes, sendo que 13 deles foram fatais e ceifaram 534 vidas. No caso específico da aviação regional, foram apenas dois acidentes fatais, com dois aviões turboélice, que resultaram na perda de 13 vidas.
Os números de 2018 e 2019 foram altos por conta do modelo Boeing 737 Max, com dois acidentes em um intervalo de 5 meses. As tragédias levaram à proibição do voo do modelo em todo o mundo.
A crise interna na Boeing resultou em um 2019 amargo para a empresa. A norte-americana registrou queda de 50% no preço de suas ações. Companhias aéreas que tradicionalmente operam o Boeing 737 e tinham encomendas do MAX acharam melhor cancelar suas encomendas e partir para a concorrência, como foi o caso da United Airlines. E em uma tentativa estratégica para se recuperar da crise, Dennis Muilenburg foi destituído do cargo de CEO na fabricante. A empresa também fechou acordos para pagar os prejuízos.