AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Boeing 737-8 MAX liberado para voar no Brasil

O 737 Max 8 não sofreu apenas 2 acidentes: colocou a própria reputação da Boeing em xeque

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) anunciou, nesta quarta-feira (25/11), que as aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX podem voltar a voar no Brasil. A Agência retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade que restringia a operação do MAX no Brasil após concordar com a avaliação da  Federal Aviation Administration (FAA) , dos Estados Unidos, de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados. A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA, divulgada no dia 20/11, foi adotada também pela ANAC e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo.

Atualmente, somente a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves Boeing 737-8 MAX na frota brasileira. A empresa comunicou que precisará de até 30 dias para se adaptar às novas exigências. A frota de 737 Max parou em todo o mundo em 2018, após dois acidentes causarem as mortes de 346 pessoas e revelarem falhas no projeto original.

A FAA determinou mudanças nas aeronaves e modificações no treinamento das tripulações. O principal foco é o sistema MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System, ou sistema de ampliação de característica de manobra).

A ANAC

A aprovação do novo projeto do Boing 737-8 MAX reuniu apenas as quatro autoridades de aviação que compõe o fórum Certification Management Team (CMT)a autoridade da União Europeia European Union Aviation Safety Agency (EASA), a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)que discutiram em conjunto com a FAA quais seriam as exigências para o retorno do modelo de aeronave às operações.

Novo projeto e próximos passos

Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, também houve a revisão do programa de treinamento dos pilotos.

Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial desse modelo de aeronave no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões. A DAE foi revogada também nesta quarta-feira (25/11) e a Gol Linhas Aéreas segue implementando, sob supervisão, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves Boeing 737-8 MAX em segurança.

LEIA MAIS: 737 MAX volta a ser produzido

LEIA MAIS: Gol aposta no 737 Max e já negocia seus 737 NG

Participação da ANAC no processo de validação

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para recertificação das modificações propostas, a ANAC vem dedicando esforços para o retorno seguro das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil. Ao todo, cerca de 20 profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram desse processo.

Ressaltando a importância da coordenação entre as autoridades do CMT para o desenvolvimento dessa atividade de recertificação, o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, afirma que “essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação“.Além dissoas modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil“, destaca Honorato.

A implementação de outras melhorias, não condicionantes para o retorno do Boeing 737-8 MAX às operações, permanecem em andamento com o objetivo de continuar aprimorando a utilização do modelo de aeronave e suas funcionalidades.

NOVA EDIÇÃO!ASSINE A ASAS E GANHE UM ALBUM DE FIGURINHAS: AVIÕES DE GUERRA

Carrinho