Apesar de ter sido fabricada na década de 70, a aeronave da Marinha do Brasil acidentava por volta das 7 horas da manhã de hoje na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia (RJ) estava praticamente “seminova”. No dia 6 de setembro, o AF-1B Skyhawk com matrícula N-1013 voltou ao 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) após passar por um processo de modernização que incluiu uma revisão completa.
O acidente aconteceu em solo e resultou em um incêndio. O piloto não se feriu. A possibilidade de aeronave ser recuperada e voltar a voar também não foi citada ainda. Apesar de a Marinha ter divulgado que a investigação terá um prazo de 180 dias, a legislação brasileira permite que o relatório tenha grau de sigilo.
Esse é o terceiro AF-1 modernizado envolvido em acidentes. Em julho de 2016, os dois primeiros revitalizados colidiram em pleno voo. Uma aeronave foi perdida, levando o piloto à morte. A segunda conseguiu fazer um pouso de emergência.
Outros três reveses fizeram parte do programa. O primeiro foi a redução de número: inicialmente seriam nove AF-1B (para um piloto) e três AF-1C (para dois pilotos) modernizados. Por conta do orçamento, a encomenda foi reduzida para quatro AF-1B e dois AF-1C. Um segundo problema é o prazo arrastado: o programa começou em 2009 e deve ser concluído só em 2020, onze anos depois. Por fim, em 2018 a Marinha decidiu aposentar seu único porta-aviões, o A-12 São Paulo.
Adquiridos usados do Kwait em 1997 – tendo sido inclusive utilizados durante a Guerra do Golfo – os caças foram encomendados para compor a ala aérea embarcada dos porta-aviões da Marinha. Mesmo assim, a Marinha desenvolve missões de defesa da frota a partir de bases no continente.
A processo de modernização, realizado na Embraer, envolve revisão completa da aeronave e do seu motor. Inclui ainda novos equipamentos para a cabine e a adoção do radar EL/M 2032, como os modos de operação: ar-ar, ar-mar, ar-solo e navegação, cuja principal tarefa é detectar e rastrear alvos aéreos e de superfície, além de fornecer a distância ar-solo para o subsistema de pontaria de armas. No modo TWS (Tracking Wire Scan) podem ser localizados e rastreados automaticamente 64 alvos de superfície ou terrestres simultaneamente e no modo SAR (Synthetic Aperture Radar) é possível fazer o mapeamento terrestre em missões de reconhecimento.
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