Chegaram hoje ao Paraguai os quatro primeiros aviões Super Tucano, fabricados pela Embraer. A cerimônia realizada na base aérea Silvio Pettirossi, próxima à capital, Assunção, contou com a presença do presidente Santiago Peña, que destacou o investimento de US$ 105 milhões como fundamental para a segurança do país. Outros dois aviões serão entregues até o fim do ano.
“A chegada dessas aeronaves representa muito mais do que um acréscimo logístico: é um passo firme em direção à modernização de nossas capacidades operacionais. Os A-29 Super Tucanos, com tecnologia de ponta, aumentam nossa eficácia na execução de missões de vigilância do espaço aéreo e fornecem uma resposta oportuna aos desafios emergentes. Esse acréscimo à nossa frota de aeronaves representa a aquisição de defesa mais importante dos últimos 38 anos”, disse o General do Ar Júlio Fullaondo, Comandante da Força Aérea Paraguaia.

As aeronaves serão localmente designadas como AT-29 e chegaram ainda com matrículas brasileiras, tendo os comandos tanto sob militares paraguaios quanto por funcionários da Embraer, brasileiros, muitos dos quais ex-pilotos da Força Aérea Brasileira. Um total de oito pilotos e 12 mecânicos fizeram o treinamento na sede da empresa brasileira.
“É uma enorme satisfação para nós entregarmos as primeiras quatro aeronaves A-29 Super Tucano, de um total de seis unidades, para a Força Aérea Paraguai. Referência no mercado internacional por conta de sua versatilidade, flexibilidade operacional e agilidade em vários tipos de missões, ataque leve e treinamento avançado, temos certeza de que ele atenderá as necessidades atuais e futuras da FAP”, afirma Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

A Fuerza Aérea Paraguaya até abriu as portas da Primera Brigada Aérea para que a população possa ver de perto as novas aeronaves.
Financiamento do BNDES
Chama a atenção a velocidade: o contrato foi anunciado em julho do ano passado, porém, a confirmação ocorreu só em novembro, após aprovação legislativa. A venda também se destacou por ter o primeiro financiamento a exportações de produtos de defesa aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) brasileiro em 13 anos, um marco para o apoio do governo do Brasil a sua base industrial de defesa.

Busca de doutrina
Em novembro, a Fuerza Aérea Paraguaya participou do exercício operacional CRUZEX, realizado pela Força Aérea Brasileira, com três AT-27 Tucano, atualmente seus vetores dedicados às missões a serem desempenhadas pelos futuros A-29.
Na CRUZEX, além de terem a oportunidade de voar ao lado dos A-29 do Brasil, KT-1P do Peru e dos quatro IA-63 da Argentina, os militares paraguaios participam de todo o ciclo de planejamento e avaliação de missões, realizadas conforme os mais modernos padrões internacionais.
Em 2006, 2008 e 2010, a Fuerza Aérea Paraguaya já havia participado como observadora. Nos últimos 20 anos também ocorreram três edições do exercício PARBRA, uma interação com a Força Aérea Brasileira para fortalecer a capacidade de vigilância de fronteira contra aeronaves em voos irregulares.

Com experiência em combates aéreos desde os anos 20, na Guerra do Chaco, a Fuerza Aérea Paraguaya desativou seus últimos AT-26 Xavantes em 2004. O poder aéreo do país hoje se limita a meia dúzia de turboélices Tucano, usados tanto para treinamento quanto para ataque e na tentativa de coibir os voos ilegais realizados por criminosos na região.
A ida à CRUZEX representou a busca por uma evolução operacional vivenciada há alguns anos pelo Uruguai que, com os já antiquados IA-58 Pucará e A-37B Dragonfly, participaram de cinco edições da CRUZEX e agora também se preparam para receber seus A-29 Super Tucano.
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