AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Confira fotos e vídeo do lançamento do míssil Meteor

A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou imagens do primeiro lançamento de um míssil Meteor a partir de um caça F-39E Gripen, ocorrido em 27 de outubro de 2025. A FAB revelou fotos da “Operação BVR” e classificou o lançamento como “absoluto sucesso”. Como tem ocorrido com outros operadores do míssil Meteor, a FAB não deu muitos detalhes técnicos. Foi informado que o alvo era um drone Mirach 100/5, que simulou perfis de voo de caças, manobrando em alta velocidade e altitude, permitindo mensurar o nível de precisão alcançado pelo míssil. Não foi informada a distância do disparo, mas que se tratou de um “cenário bastante desafiador”.

A FAB montou uma grande operação para teste, tendo como sede a Base Aérea de Natal. Quatro caças F-39E Gripen do 1º Grupo de Defesa Aérea foram mobilizados, além de um E-99M do Esquadrão Guardião, um P-95 do Esquadrão Netuno e um P-3AM do Esquadrão Orion. Jatos KC-390 Millenium e C-30 deram apoio logístico.

Confira a galerida de fotos

Por que o Meteor se destaca?

Não é exagero dizer que o Meteor é, agora, o míssil mais capaz em serviço na América Latina. É capaz de voar a quatro vezes a velocidade do som e tem a maior “no escape zone” já alcançada por uma arma ar-ar: 60 km. Isso quer dizer que qualquer alvo a até 60 km de distância do avião lançador será destruído. Nem adianta tentar fugir ou fazer manobras. O alcance máximo superaria os 200 km.

O desempenho seria três vezes maior que a “no escape zone” do AIM-120 AMRAAM, atualmente em uso nos F-16 do Chile e, futuramente, nos F-16 adquiridos pela Argentina. Também supera o R-77 e R-27 em uso pelos Sukhoi Su-30 Flanker da Venezuela. Para se ter uma ideia, britânicos e italianos vão integrar o míssil europeu Meteor aos seus novos caças F-35 Lighting II, fabricados nos Estados Unidos. A Coreia do Sul também vai utilizá-lo no seu futuro jato KF-21 Boramae. Caças Rafale, Eurofighter Typhoon e o Gripen já são adaptados à arma.

As capacidades detalhadas não são divulgadas nem pela fabricante, o consórcio europeu MBDA, nem pelos países que já o utilizam (Alemanha, Catar, Croácia, Egito, Espanha, França, Grécia, Índia, Itália, Reino Unido e Suécia). Algumas informações públicas, porém, mostram o quanto o Meteor se beneficia por ser, em essência, um armamento mais novo. Ainda que os R-77 e AIM-120 tenham recebido melhorias, são armamentos com conceito elaborado nos anos 80 e que iniciaram a vida operacional na década seguinte. No caso do Meteor, o primeiro disparo, ainda em fase de testes, ocorreu em 2006. A entrada em serviço foi celebrada em 2016.

O fato é que mísseis ar-ar de geração anterior costumam ter uma fraqueza: o motor foguete despeja uma enorme quantidade de potência nos primeiros segundos de voo, mas logo em seguida a velocidade começa a cair. Por isso, dependendo das manobras, o alvo pode escapar de um míssil que já esteja na fase final de voo. Quem estiver sob fogo do Meteor, contudo, enfrenta uma ameaça diferente. Além do foguete propelente, há também um motor que acelera o míssil no meio do voo. Na prática, ao se aproximar do alvo, o Meteor acelera, enquanto atualiza em tempo real a localização da presa.

Há três sistemas de guiagem: um datalink para receber informações de alguma aeronave aliada, não necessariamente a lançadora; um sistema de navegação inercial; e um radar ativo para as últimas atualizações do alvo. De acordo com o fabricante, o míssil tem um desempenho cinético seis vezes maior que seus concorrentes atuais.

O programa Meteor é uma das colaborações de Defesa mais bem-sucedidas da Europa, que conta com o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália, a Espanha e a Suécia.

Ensaio da liderança

Um ano atrás, o Brasil já havia, simbolicamente, demonstrado que está pronto para assumir a liderança na capacidade aérea do continente. Durante o exercício CRUZEX, caças F-39E estiveram com versões inertes dos mísseis Meteor e IRIS-T, este último voltado para o combate ar-ar de curto alcance.

Além disso, foi informado que, para que o exercício pudesse proporcionar ganho de conhecimento, os caças F-39E tiveram algumas das suas capacidades virtualmente reduzidas. Os F-39 se exercitavam contra os F-16 do Chile, F-15C dos Estados Unidos e IA-63 argentinos, além dos F-5 e A-1 brasileiros.

Durante as missões realizadas na CRUZEX, a maior parte das aeronaves voava como uma força de coalizão, a chamada “Blue Force”. Mas um pequeno contingente era escalado para fazer o papel de força hostil, a “Red Force”. Essa escala não era fixa: um dia, um caça poderia fazer parte da Blue Force e, na missão seguinte, ser da Red Force. Foi neste segundo contexto que os Gripen voaram com capacidades reduzidas.

Na Blue Force, os pilotos brasileiros de F-39 podiam lançar virtualmente tanto seus mísseis IRIS-T, de curto alcance, quanto Meteor, de alcance além do horizonte (BVR). Quando estavam na Red Force, contudo, os Gripen contavam com um armamento fictício de menores capacidades. Todos os “lançamentos” de armamentos ocorriam apenas de maneira simulada, e softwares avaliavam se os disparos teriam sido bem-sucedidos.

A situação revelou o desenvolvimento do poder aéreo do Brasil. No passado, quando a Força Aérea Brasileira chegou a utilizar caças Mirage III, Xavante e as versões não modernizadas do A-1 e do F-5 em combates contra modelos como Mirage 2000, F-14 e F-16, esses aviões estrangeiros não simulavam o emprego de armamentos BVR. Agora, foi necessário adotar uma solução semelhante.

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