Há exatos 50 anos, em 20 de janeiro de 1974, decolou pela primeira vez um caça F-16 Fighting Falcon. Não era para ter sido assim. Naquele dia, o piloto de testes Phil Oestricher realizava testes de corrida na pista, a alta velocidade, cerca de 135 nós. Mas aquele jato parecia até querer decolar sozinho: a aeronave apresentou oscilações e havia o risco iminente de raspar a ponta da asa no solo. Por precaução, o aviador fez a decolagem. Deu a volta na base aérea de Edwards, na Califórnia, e pousou em segurança seis minutos depois. O primeiro voo oficial ocorreu em 2 de fevereiro daquele ano. Três dias depois, o protótipo, designado YF-16, quebrou a barreira do som. Era o início de uma história de um caça que sempre apresentou um sucesso acima do esperado.
Aquilo que deveria ser só um jato de combate leve e de baixo custo para os Estados Unidos, desenvolvido dentro do programa Lightweight Fighter, foi recebendo melhorias ao longo das décadas e é atualmente o caça multifunção de maior sucesso no mundo. De acordo com o levantamento realizado pela Flight Global em parceria com a Embraer, no fim de 2023 havia 2.145 caças F-16 em serviço, cerca de 15% do total de aeronaves de combate em serviço no mundo. Cerca de 4.600 já foram produzidos e a linha de montagem ainda está ativa, havendo uma carteira de pedidos para mais 140 unidades.
A versão mais recente, chamada de F-16V Block 70/72, conta com um avançado radar APG-83 do tipo AESA, datalink, sistema de visão noturna, equipamento de navegação avançado e plataforma de armas comparável às dos caças de geração bem mais recente. Seis países já selecionaram o modelo, que continua a ser objeto de desejo de várias forças aéreas e concorrente direto em seleções mundo afora. Isso significa, na prática, que o F-16 continuará a ser, ainda por várias décadas, uma verdadeira referência na aviação de caça.
