AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Embraer e Boeing anunciam joint ventures na Aviação Comercial – e também na Defesa!

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Em comunicado conjunto, a Embraer e a Boeing anunciaram em 5 de julho a assinatura de um Memorando de Entendimento visando “estabelecer uma parceria estratégica que possa impulsionar seu crescimento no mercado aeroespacial global”. Na prática, como havia sido antecipado por ASAS em seu site, em 26 de janeiro deste ano, o acordo não-vinculante propõe a formação de uma joint-venture que assumirá os negócios e serviços de aviação comercial da Embraer, estrategicamente alinhada com as operações de desenvolvimento comercial, produção, marketing e serviços de suporte da Boeing. Nos termos do acordo, a Boeing deterá 80% da propriedade da joint-venture e a Embraer, os 20% restantes – razoavelmente mais do que, a princípio, oferecia a gigante de Seattle, como a reportagem de ASAS apurou. Uma vez consumada a transação, a joint venture na aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos da Boeing, sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO”. E a Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing – detalhes como este, aliás, tem feito o anúncio ser divulgado na mídia mundial como a virtual compra da área de negócios de aviação comercial da Embraer pela Boeing. A previsão é que a nova joint venture esteja concretizada em 2019. Entretanto, desde a divulgação do comunicado, já surgiram alguns questionamento contra o mesmo, inclusive no âmbito da Justiça brasileira.

A transação deve englobar 100% das operações e serviços de aviação comercial da Embraer, em 4,75 bilhões de dólares, e contempla o pagamento por parte da Boeing do valor de US$ 3,8 bilhões, pelos 80% da joint-venture. A joint-venture se tornará um dos centros de excelência da Boeing para o desenvolvimento de projetos, a fabricação e manutenção de aeronaves comerciais de passageiros e será totalmente integrada à cadeia geral de produção e fornecimento da Boeing. der uma base global de clientes. Além disso, Boeing e Embraer também irão criar outra joint-venture para promoção e desenvolvimento de novos mercados e aplicações para produtos e serviços de Defesa, englobando principalmente os programas do A-29 Super Tucano e do KC-390. “Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse Nelson Salgado, vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer. Não está claro ainda, porém, qual seria exatamente o alcance dessa joint venture de Defesa – até onde a reportagem de ASAS apurou, fala-se basicamente dos programas do Super Tucano e do KC-390; não sendo claro se se limitará a estes dois programas, ou poderá se estender a outros. Nesta outra joint venture com a Boeing, porém, a composição de controle seria o inverso – a Embraer Defesa e Segurança (EDS), responsável pela área de negócios militares do Grupo Embraer, deteria 80% da propriedade da joint venture, e o controle desta, enquanto a Boeing teria 20%. Hoje, o KC-390 chega no famoso encontro mundial de aviação militar, o Royal International Air Tattoo, na Inglaterra, onde se apresentará em voo na quinta (amanhã), sexta e sábado. Após isso, a aeronave segue para o prestigiado Farnborough Airshow, também na Ingaterra, onde fará demonstrações em voo na segunda (16 de julho), terça e quarta.

À parte esta possível nova empresa na área de Defesa, entretanto, ASAS também apurou que, com a joint venture de Aviação Comercial, a EDS vislumbra uma forte “migração” de engenheiros brasileiros, dos quadros da Embraer, para os EUA – ou seja, para a Boeing. Isto será muito favorável a esta, que hoje enfrenta uma crise interna de enfraquecimento e envelhecimento de sua área de engenharia – a média de idade atual é de 60 anos, e a renovação tem sido inferior às saídas (aposentadorias). Os engenheiros aeronáuticos brasileiros, sobretudo os da Embraer, são reputados como altamente preparados, inovadores e jovens. Reagindo a isto, por outro lado, a EDS já se move no sentindo de buscar novos talentos e contratações na área de Engenharia, como ASAS apurou, não-oficialmente.

Nesta reportagem, contamos com informações do comunicado conjunto da Embraer e da Boeing de 5 de julho. Outras informações, exclusivas, foram obtidas de fontes não-oficiais, mas não puderam ser confirmadas pelas áreas de comunicação de nenhuma das duas empresas. 

 

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Redação

Comentário

  • Desafio qualquer um a pegar um trilhão de dólares e com eles ir lá nos EUA fazer com a Boeing o mesmo que estão fazendo com a Embraer aqui. Será que o governo americano vai deixar? E o projeto do Grippen, como fica??????

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