Por conta de acordos internacionais, o Brasil é responsável pela realização de missões de busca e salvamento (SAR) em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes mais que o território nacional. Isso significa a necessidade de ter meios aéreos e navais capazes de cumprir a missão, algo que a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB) provaram nas últimas semanas com resgates realizados a centenas de quilômetros da costa.
Eram aproximadamente 11h30 da manhã do dia 28 de janeiro, um domingo, quando o Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil (SALVAMAR Brasil), recebeu um pedido de ajuda do Serviço de Busca e Salvamento da Espanha (MRCC Madri), relatando que um tripulante de 39 anos necessitava ser retirado de um barco pesqueiro espanhol que navegava a cerca de 2.350 km da costa do Brasil. O homem precisava receber auxílio médico emergencial com suspeita de estar com peritonite (inflamação abdominal).
A Marinha acionou a fragata Defensora, que estava nas proximidades de Vitória (ES), e contava com um helicóptero UH-12 Esquilo a bordo. Enquanto o navio de guerra rumava para o local de encontro, o mercante C Force, de bandeira de Ilhas Marshall, que estava a cerca de sete horas da embarcação espanhola e seguiria para o Brasil, foi contatado e prontamente se colocou à disposição para ajudar. O C Force encontrou a embarcação espanhola por volta das 2h da madrugada do dia 29, recebeu o enfermo a bordo e iniciou o seu deslocamento para um ponto de encontro com a fragata Defensora.
Na tarde seguinte, o UH-12 decolou da fragata e realizou a evacuação aeromédica. O navio da Marinha seguiu direto para o Rio de Janeiro, enquanto o médico de bordo já cuidava do paciente. Já em terra firme, o tripulante indonésio resgatado recebeu assistência médica em uma ambulância de atendimento móvel de urgência e foi transportado para a Casa de Saúde Pinheiro Machado. Foram cinco dias de operação, em que o SALVAMAR Brasil mostrou a capacidade de articular meios militares e civis, nacionais e estrangeiros.
Força Aérea em mar aberto
Também no fim de janeiro, mais precisamente no dia 24, foi a vez de a Força Aérea Brasileira mostrar sua capacidade SAR de longo alcance. O acionamento do SALVAERO ocorreu após um cidadão turco, embarcado em navio de bandeira das Ilhas Marshall, estar com suspeita de infarto a cerca de 260 km da costa brasileira.
Para cumprir a missão, um helicóptero H-36 Caracal decolou de Natal (RN) com direção a Recife (PE) e, posteriormente, seguiu ao encontro da embarcação, alcançando-a depois de cerca de 50 minutos de voo. A evacuação aeromédica foi concluída às 18h13 (horário local). O paciente, em condição estável, foi entregue aos cuidados de uma equipe médica, no Aeroporto Internacional do Recife, sendo deslocado de ambulância ao Hospital Jayme da Fonte, na capital pernambucana.
Neste caso, destacou-se a capacidade de navegação em mar aberto, algo também possibilitado pelos sistemas de navegação da aeronave e pelo apoio do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo da região. O H-36 também se destaca por possuir a capacidade de ser reabastecido em ar, medida que vai ampliar o alcance das aeronaves em caso de necessidade.
(Com informações da Agência Marinha de Notícias e da Agência Força Aérea)
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